sábado, 20 de dezembro de 2008

A árvore de Natal

A regra aqui em casa era a seguinte: eu e meu irmão devíamos passar de ano direto, sem ficar de recuperação. No dia seguinte ou às vezes no mesmo dia do resultado do ano letivo, viajávamos para Belém. O roteiro era sempre o mesmo, mas minha mãe não abria mão de ver a família e acabou incutindo em nós, um sentimento de felicidade ao viajarmos. As aulas costumavam terminar no início de dezembro e acabava que nós nunca passávamos o Natal em Brasília. Conseqüentemente, a gente nunca decorava a casa e nessa época, um de meus sonhos era ter uma árvore de Natal. Coisa de criança, eu sei, mais eu achava tão legal ver as casas de vizinhos, parentes e amigos decorada... só faltava a nossa. O meu pai podia comprar, mas ninguém fazia questão, já que não estávamos em casa mesmo.
No Natal de 1997, nós não viajamos para Belém. Era o primeiro Natal desde que eu tinha nascido que não era passado com os parentes. Explico: no ano seguinte faríamos o vestibular logo nas primeiras semanas de janeiro. Viajar, então, não se tornava viável. Nesse Natal de 1997, nós armamos a nossa primeira árvore de Natal: ela era grande, dessas com mais de 1,50m e tinha sido presente de uma tia minha que ia se desfazer dela. Junto com a árvore, vieram bolinhas coloridas, arranjos e todo o tipo de enfeites natalinos. Achei o máximo poder, finalmente, armar a nossa árvore de Natal.

Dezembro/2007 – Minha mãe disse que não gostava mais da nossa árvore e a deu para uma amiga. “Vou comprar outra”, disse ela. Lá pelo dia 18 ou 20, não lembro bem, relembro-a da árvore. “Ah... pra quê?”. Fui fazer as minhas compras de Natal e passei nas Americanas. Fiquei um tempinho namorando as árvores até que me decidi por uma. Comprei uma árvore de Natal pequena, enfeites novos e cheguei em casa com a dita cuja. Minha mãe disse que eu não precisava ter comprado, mas eu particularmente, acho tão legal. Como todos estavam em casa, foi divertido ver todo mundo junto em prol de arrumar a árvore. Não era uma simples decoração... era um momento em que a gente parava, aproveitava pra conversar, colaborar uns com os outros... tudo por causa de uma simples árvore, que na verdade, era apenas um pretexto para um espécie de pequena e intimista confraternização em família.

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Quero agradecer a todos que leram meus textos em 2008, mesmo que não tenham feitos os comentários diretamente no blog. Cada opinião foi importante pra mim, no sentido de querer sempre melhorar (e também porque adoro escrever): Peter, Paulinho, Well, Pedro, Estrela, Pretta, Bart, Titan, Benê, Oswaldo, Saulo, Conrado, Digho, Gui, JMC, Eco, Márcio, André, The Secret, Latinha etc, etc, a todo mundo que passou, fez uma visitinha e ainda trocou uma idéia comigo depois. Obrigado!!!

=) =) =) Feliz Natal a todos!!! =) =) =)
Obs.: A sorte de hoje do Orkut realmente foi escrita pra mim - "A paciência é a arte da esperança".

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

De volta

Fiquei uns dias sem atualizar o blog. Super correria de final de ano... como sou professor, tive que elaborar aulas, provas, exercícios, correr atrás de alunos, implorar para que fizessem os exercícios e estudassem para as provas bimestrais... Só dois alunos meus reprovaram. Aliás, ficaram em mais de 5 matérias, não tiveram direito nem a recuperação... Eu tentei... uma aluna perdeu dois de meus seis trabalhos. Um deles eu copiei a mão na hora do intervalo e entreguei a ela, pedindo: "Faça, eu te ajudo...". Ela perdeu de novo...

Tirando esses percalços, todo final de ano eu fico nostálgico, emotivo... Ano passado foi pior. Eu tinha uma turma pequena de 8a série. Comprei um livro de mensagens para cada um, embrulhei em papel de presente, escrevi cartao desejando que todos fossem felizes. Quase abri um berreiro, mas todo mundo percebeu que estava meio trêmulo... Eu até brinquei: "Vou me cuidar, nada a ver com Parkinson!!!". Era só emoção mesmo... putz...

A minha recompensa de fim de ano, é receber um abraço, ouvir que gostaram de mim e das minhas aulas... ouvir frases como "Não mude", "Eu te adoro", ou "Sentirei a sua falta". Eu ouvi também "As suas aulas são um saco", "Eu não gosto de você" ou "Pára de pegar no meu pé", mas é normal, essas foram a minoria e me ajudam a repensar na minha prática como educador. Eu ouvi uma pessoa importante na minha vida dizer que não devemos nunca estar conformados ou satisfeitos. Que devemos querer buscar sempre...

Bem, eu não estou conformado ou satisfeito. Quero até muitas (MUITAS MESMO!!!) mudanças em 2009. Estão a caminho, estou plantando... e quem planta, colhe...

=) =) =) Abraços!!! =) =) =)