sábado, 27 de dezembro de 2008

O presente

A ceia estava tão bonita em cima da mesa. Minha mãe tinha tirado a melhor louça do armário, meu pai tinha comprado frutas que eu só sabia que existiam no Natal, a família estava toda reunida, parentes de outro estado inclusive estavam em casa, mas meu coração estava entristecido, eu mal podia conter as lágrimas. Eu não podia falar que estava triste pela ausência de quem amava porque ninguém sabia que eu estava apaixonado... Para completar, meu irmão colocava no cd player canções instrumentais de Natal, dessas que são clímax de filme. Dava para ver como eu estava mal, só por querer chorar com músicas, né?

Foi aí que o meu filme aconteceu. Meu irmão avisou que meu “amigo” estava subindo. Todos o conheciam aqui em casa como meu amigo. Ele chegou! – pensei com o coração aos pulos. Na verdade, ele me surpreendeu, pois disse que não viria, que passaria o Natal sozinho mesmo. Estava de blusa social branca, calça jeans, barba feita, perfumado. Lindo, como sempre, de qualquer jeito. Trazia um embrulho dourado nas mãos. Antes de me entregar o presente, me deu um super abraço, desses que a gente consegue sentir o perfume da outra pessoa, desses que a gente consegue sentir a pulsação do outro alguém. Eu não queria chorar ao vê-lo, ele estava tão bonito e com certeza, não tinha sido nada fácil estar ali para me ver. Era, na verdade, um momento alegre. Seria o nosso primeiro Natal juntos.

- Pra você – disse me estendendo o embrulho.

Eu agradeci ofertando um de meus sorrisos. A gente já tinha se dado presentes porque sabíamos que não estaríamos juntos aquela noite. Senti a textura do papel com as mãos, achei um gesto tão bonito...

- Não precisava... o meu presente de Natal esta noite é você...

Foi a vez dele de sorrir, conectando-se ao meu sorriso. Abracei-o novamente. Dessa vez, eu não o deixaria mais... por nada...

*********************************************************

Escrevi esse texto pensando num dos depoimentos que li na comunidade “Estou no armário, e daí?” de uma garota que dizia que tinha pensado em abrir o armário na noite de Natal. Por amor, claro!

=) =) =) Feliz 2009!!! Abraços!!! =) =) =)

Obs.: Estou apaixonado... O nome dele é Rufus Wainwright!!! Explico: numa de minhas andanças por Brasília fui a um sebo. Comprei alguns livros e dois cds, dentre eles, o de Rufus que encontrei ao acaso. Eu já tinha lido sobre ele no Correio Braziliense e na Folha de São Paulo, já que este ano ele esteve no Brasil para fazer alguns shows. Tinha lido que ele é conhecido por sua criatividade, técnica vocal e pelo cuidado com arranjos e letras em seus trabalhos. Mesmo não sendo considerado um sucesso comercial, sem dúvida, ele era um artista com diferencial. E realmente, eu adorei o cd, que se chama “Want two”. A primeira música “Agnus Dei” já me fez gostar dele. Seguiram-se várias outras, sendo que adorei “The art teacher” (a menina apaixonada pelo professor de arte que nunca conseguiu falar o que sentia, mas que comprou um quadro para se lembrar dele tempos depois... poético). Enfim, estou apaixonado!!! Hehehe. Um belo trabalho, eu indico!

sábado, 20 de dezembro de 2008

A árvore de Natal

A regra aqui em casa era a seguinte: eu e meu irmão devíamos passar de ano direto, sem ficar de recuperação. No dia seguinte ou às vezes no mesmo dia do resultado do ano letivo, viajávamos para Belém. O roteiro era sempre o mesmo, mas minha mãe não abria mão de ver a família e acabou incutindo em nós, um sentimento de felicidade ao viajarmos. As aulas costumavam terminar no início de dezembro e acabava que nós nunca passávamos o Natal em Brasília. Conseqüentemente, a gente nunca decorava a casa e nessa época, um de meus sonhos era ter uma árvore de Natal. Coisa de criança, eu sei, mais eu achava tão legal ver as casas de vizinhos, parentes e amigos decorada... só faltava a nossa. O meu pai podia comprar, mas ninguém fazia questão, já que não estávamos em casa mesmo.
No Natal de 1997, nós não viajamos para Belém. Era o primeiro Natal desde que eu tinha nascido que não era passado com os parentes. Explico: no ano seguinte faríamos o vestibular logo nas primeiras semanas de janeiro. Viajar, então, não se tornava viável. Nesse Natal de 1997, nós armamos a nossa primeira árvore de Natal: ela era grande, dessas com mais de 1,50m e tinha sido presente de uma tia minha que ia se desfazer dela. Junto com a árvore, vieram bolinhas coloridas, arranjos e todo o tipo de enfeites natalinos. Achei o máximo poder, finalmente, armar a nossa árvore de Natal.

Dezembro/2007 – Minha mãe disse que não gostava mais da nossa árvore e a deu para uma amiga. “Vou comprar outra”, disse ela. Lá pelo dia 18 ou 20, não lembro bem, relembro-a da árvore. “Ah... pra quê?”. Fui fazer as minhas compras de Natal e passei nas Americanas. Fiquei um tempinho namorando as árvores até que me decidi por uma. Comprei uma árvore de Natal pequena, enfeites novos e cheguei em casa com a dita cuja. Minha mãe disse que eu não precisava ter comprado, mas eu particularmente, acho tão legal. Como todos estavam em casa, foi divertido ver todo mundo junto em prol de arrumar a árvore. Não era uma simples decoração... era um momento em que a gente parava, aproveitava pra conversar, colaborar uns com os outros... tudo por causa de uma simples árvore, que na verdade, era apenas um pretexto para um espécie de pequena e intimista confraternização em família.

*********************************

Quero agradecer a todos que leram meus textos em 2008, mesmo que não tenham feitos os comentários diretamente no blog. Cada opinião foi importante pra mim, no sentido de querer sempre melhorar (e também porque adoro escrever): Peter, Paulinho, Well, Pedro, Estrela, Pretta, Bart, Titan, Benê, Oswaldo, Saulo, Conrado, Digho, Gui, JMC, Eco, Márcio, André, The Secret, Latinha etc, etc, a todo mundo que passou, fez uma visitinha e ainda trocou uma idéia comigo depois. Obrigado!!!

=) =) =) Feliz Natal a todos!!! =) =) =)
Obs.: A sorte de hoje do Orkut realmente foi escrita pra mim - "A paciência é a arte da esperança".

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

De volta

Fiquei uns dias sem atualizar o blog. Super correria de final de ano... como sou professor, tive que elaborar aulas, provas, exercícios, correr atrás de alunos, implorar para que fizessem os exercícios e estudassem para as provas bimestrais... Só dois alunos meus reprovaram. Aliás, ficaram em mais de 5 matérias, não tiveram direito nem a recuperação... Eu tentei... uma aluna perdeu dois de meus seis trabalhos. Um deles eu copiei a mão na hora do intervalo e entreguei a ela, pedindo: "Faça, eu te ajudo...". Ela perdeu de novo...

Tirando esses percalços, todo final de ano eu fico nostálgico, emotivo... Ano passado foi pior. Eu tinha uma turma pequena de 8a série. Comprei um livro de mensagens para cada um, embrulhei em papel de presente, escrevi cartao desejando que todos fossem felizes. Quase abri um berreiro, mas todo mundo percebeu que estava meio trêmulo... Eu até brinquei: "Vou me cuidar, nada a ver com Parkinson!!!". Era só emoção mesmo... putz...

A minha recompensa de fim de ano, é receber um abraço, ouvir que gostaram de mim e das minhas aulas... ouvir frases como "Não mude", "Eu te adoro", ou "Sentirei a sua falta". Eu ouvi também "As suas aulas são um saco", "Eu não gosto de você" ou "Pára de pegar no meu pé", mas é normal, essas foram a minoria e me ajudam a repensar na minha prática como educador. Eu ouvi uma pessoa importante na minha vida dizer que não devemos nunca estar conformados ou satisfeitos. Que devemos querer buscar sempre...

Bem, eu não estou conformado ou satisfeito. Quero até muitas (MUITAS MESMO!!!) mudanças em 2009. Estão a caminho, estou plantando... e quem planta, colhe...

=) =) =) Abraços!!! =) =) =)

domingo, 30 de novembro de 2008

Palavras ao vento...

X- Eis aí uma coisa que eu nunca vou entender... essa nossa "predileção" por nos sentirmos úteis para um outro alguém neste mundo...
Rod - Nossa... Você também se sente assim?
X- Nossa, e como...

X - Desculpe a risada... mas é tão.. tão ...tão engraçado... achar gente que tem tudo a ver com você...

X- Tranquilo... Estamos sempre por aqui... Sempre, sempre...

X- Oi, Rod... estava aqui apenas te esperando...

X- E estamos sempre por aqui... A gente tem todo o tempo ainda, ou quase todo ele...

X- Estou aqui pelo vício de você...

X- Hehehe... Você é um doce de pessoa...

X- São vidas inteiras para contar...

X- Tá vendo... Parece que não falei nada com você e já são quase duas...

X- Eu sinto falta disso... de calor humano mesmo...

Rod- Enfim, um dia, num futuro não sei quando, irei adorar vê-lo...
X- Também vou gostar de te conhecer sim e também acho ou espero que não demore muito... Espero que a gente ainda converse muito...

X- A gente merece ser feliz...
Rod- Merecemos sim, todo mundo merece, né? Mas tem pessoas que insistem em não querer acreditar...
X- Quase todo mundo... heheheh
Rod - Huahuahuahuahua, boa, boa...

X - Preciso ir...
Rod - Ok...
X- Foi mal ae... depois a gente se fala...
Rod: Sem problema...

***************************************

*** Foi-se com o vento... ***

***************************************
Música-tema: Dust in the Wind – na voz de Sarah Brightman.

"Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquele alguém que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente não é o alguém da sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas. . . é cuidar do jardim para que elas venham até você. No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!".
(Na Internet, o autor é Mário Quintana).

Esse trecho de texto também foi enviado por esse amigo do msn. É lógico que tinha um contexto... A melhor reflexão que tiro dele é a de que a gente precisa se desapegar de muita coisa... apego material ou emocional em demasia não fazem bem... e por certo, eu senti muita falta dele... gostaria que ele estivesse presente, mas se não está é escolha dele. É a vida, né? Uns vão, outros ficam... ninguém é obrigado a nada...

Obs.: Tirei o texto anterior porque tava bem brega, hauahuhaa. Acho que esse é o post que mais editei. A vida continua... =) =) =) =) =)

Obs.: Eu só falei que sentia a sua falta... nunca disse que você poderia ser a "resposta"... Na verdade, acho que eu vou morrer com várias perguntas...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Na dor ou no amor

Eu tava numa fila no banco esperando para ser atendido. Como era para falar com o gerente, tinha umas 5 ou 6 cadeiras disponíveis onde as pessoas, em ordem de chegada, aguardavam. Duas pessoas, um homem e uma mulher, acho que da mesma empresa, falavam alto nessa fila, fazendo todo mundo escutar a conversa. Eu tentava me concentrar no livro que tinha levado, mas não conseguia e a pilha do meu mp3 tinha acabado. Resultado: o jeito foi escutar as pérolas de pessoas que realmente têm muito pouco a dizer, a não ser falar dos outros, e o pior, mal dos outros. Eu devo ter ficado uns 20 minutos ali escutando a conversa. O Senhor do meu lado até comentou: “Será que eles não poderiam ficar quietos?” Rimos, acenei com a cabeça em concordância. Ele também tentava ler. Conversa vai e conversa vem, eles começaram a falar sobre o casal que tinham visto na parada de ônibus se beijando.

- Ai, que nojo... Eram dois caras, e eles estavam se beijando de língua... o pior, os dois eram lindos, que desperdício... – disse a mulher.
- Sobra mais mulher, por isso que eu não posso namorar só com uma, tá vendo?
A mulher deu um tapa no braço dele e continuou:
- Eu tenho duas vizinhas lésbicas. Elas moram juntas há um bom tempo. Eu só respondo o bom dia delas porque preconceito é crime, né? Mas me dá um nojo tão grande quando eu encontro com elas...
- É... disse o cara. Agora virou moda...

Que saco! Na mesma conversa tive que escutar exemplos de machismo e preconceitos explícitos. Se eles não acham certo ou não aprovam, porque não ficam calados com o seu preconceito só para si? Por que eu sou obrigado a escutar? A palavra que mais me chamou a atenção foi “nojo”. Deu vontade de chegar nela e comentar: “Eu é que sinto nojo de escutar gente como você, que não consegue enxergar o outro como ser humano, como próximo...”. Mas não era um debate, fiquei na minha ainda que indignado.

De repente eles têm alguém na família que é homossexual e não sabem. Ou um amigo. Digamos que tenham algum filho que passa por algum conflito nessa momento. O discurso deles em casa não deve ser muito diferente, o possível filho deve se sentir pouco à vontade para desabafar ou dizer qualquer coisa. Vai crescer achando que é doente ou impuro, ou qualquer coisa do gênero. E o preconceito vai só sendo repassado, acriticamente. As pessoas escutam e repetem. Por que se deve ter nojo de um homossexual? O caráter de alguém não está na sua orientação, mas nas suas atitudes. A gente deveria sentir pena (não nojo) de gente mesquinha, extremista, preconceituosa, tapada, não aberta ao diálogo, que não consegue ver um palmo na frente do nariz. Acho que a vida ensina tudo o que a gente precisa. Não sei de que forma, mas creio que eles vão aprender, na dor ou no amor, a ser pessoas mais tolerantes.

Finalizando, o homossexualismo não é moda. Essa foi péssima! Sempre existiu. A história relata casos famosos. O que sempre o acompanhou foi o medo, as crendices, a intolerância, daí muitos terem que esconder, camuflar, viver vidas obscuras, pelas metades, com receio de serem plenos. O que acontece agora, ao meu ver, é que as pessoas se deram conta de sua liberdade, de poderem se expressar, de serem elas mesmas. Aos poucos, as ditas minorias se fortalecem, caem na real e sabem que até o Estado vai reconhecendo os seus direitos, ainda que de forma tímida. Espero que os dois aprendam e que possam olhar os seus semelhantes de forma respeitadora. Pode-se até não concordar com a orientação sexual de uma pessoa, mas deve-se respeitar. Só quem passa pela situação sabe que não é escolha.

Duas citações para reflexão:

“O homem está condenado a ser livre” – Sartre

“Não é triste mudar de idéia, triste é não ter idéia para mudar” – Barão de Itararé.

=) =) =) Boa semana a todos! =) =) =)

domingo, 9 de novembro de 2008

Dizer ou não a verdade...

Eu tinha sido convidado para sair. Estava acostumado a sair com amigas e nunca tinha tido um encontro de verdade, nem com homens, que na verdade, eram a razão do meu afeto. Eu só me dei conta de que estava num encontro quando do outro lado da mesa percebia olhos que me encaravam com ternura. Percebi a complicação que era a minha vida. Como eu não era assumido, constatei que podia despertar todo o tipo de sentimento em uma mulher, até amor, como parecia ser o caso dela.

Eu a havia conhecido através de um amigo em comum, e foi surpresa quando a descobri no mesmo curso que eu. Nós nos víamos duas vezes na semana e como chegávamos cedo no curso, acabávamos tomando café juntos. Ela foi bem direta: “Vamos sair?”. Ela era tão divertida que não tinha como dizer não, e eu disse que sim, mas na minha ingenuidade, aquilo não era um encontro... ela era minha amiga...

A gente já tinha conversado e se divertido muito, mas eu comecei a perceber que havia uma crescente tensão no ar. Quando pagamos a conta, decidimos passear. Havia um parque lindo próximo ao restaurante. Ignorando todos os possíveis perigos de estar sentados ali, prosseguimos a conversa, até que ela ao meu lado, segurou a minha mão e deitou a cabeça no meu ombro. Eu fechei os olhos. Tudo o que mais queria era gostar dela de verdade, seria tão bom poder namorar, algo que eu tinha me negado até ali porque não conseguia admitir o meu verdadeiro desejo. Ficamos alguns minutos daquele jeito até que ela levantou a cabeça devagar, me encarou e iria me beijar, quando eu me pronunciei...

O que eu poderia ter feito...

- Escuta... é difícil ter que dizer isso... você é linda e sei que qualquer outro cara adoraria ficar com você, mas eu não posso, eu não consigo...
- O que há de errado? Você não gostou de mim, é isso, né?
- Não, você é linda... o problema sou eu...
- Como assim?
- Eu não posso, ficar com você... Eu não estaria sendo honesto...
- Você tem outra? Você gosta de outra pessoa?
- Gosto... o nome... o nome dele... é Luís...
Ela, provavelmente ficaria indignada por eu não ter sido sincero desde o começo, mas depois entenderia. Certamente, entenderia. No final das contas, eu não precisava ficar dando satisfações da minha vida para ninguém, se bem que isso me colocava em certas enrascadas, como era o caso agora.

O que eu fiz...

- Escuta... é difícil ter que dizer isso... você é linda e sei que qualquer outro cara adoraria ficar com você, mas eu não posso, eu não consigo...
- O que há de errado? Você não gostou de mim, é isso, né?
- Não... você é linda... o problema sou eu...
- Como assim?
- Eu não posso, ficar com você... eu não estaria sendo honesto...
- Você tem outra? Você gosta de outra pessoa?
- Gosto... estamos brigados agora, mas é provável que a gente volte logo... eu te magoaria se ficasse com você agora...
- Lindo da sua parte fazer isso... eu sabia que você era diferente, que não era cafajeste... é lógico que ela vai querer voltar com você, ela não é doida...

Rimos... Era uma mentirinha, mas que sei que estava magoando menos. Me fazia sofrer, ela tinha as expectativas dela. Desde então, eu nunca mais fui em nenhum encontro deixando em aberto. Se percebia algum possível interesse, eu ia logo dizendo que tinha uma ficante, rolo, caso ou variantes. Era menos dramático. Tempos depois, um amigo me disse que eu era como um modelo ideal de relacionamento para as mulheres com quem eu me relacionava. Porém algo totalmente irreal, ao passo que nunca o relacionamento se concretizava...

Eu ainda a encontrei uma outra vez. Estava com uma amiga, a qual ela pensou que fosse a minha namorada. Ela estava fazendo compras, acompanhada de um cara que devia ser o namorado dela. Parecia feliz, me cumprimentou com um beijo no rosto, apertando também a minha mão nas duas dela.

- Que bom que vocês voltaram – disse baixinho ao pé do ouvido ao me dar um último abraço – Se cuida...
- Você também... seja feliz, muito feliz...
***************************************
Gostei do q ouvi essa semana... às vezes eu acho q fico muito preso ao passado. Escrever então, aos poucos se torna uma maneira de libertação também.
"O meticuloso exercício da escrita pode ser a nossa salvação" - Isabel Allende
=) =) =) Boa semana!!! =) =) =)

sábado, 18 de outubro de 2008

Nada a declarar

"Nada a declarar
Tudo vai passar e se resolver
Eu também não sou de ferro
Eu também vou sobreviver
Pensando muito, muito bem
Era melhor ter feito diferente
Mas agora é tarde
Devo seguir em frente
Um leve torpor que sinto
Eu não queria magoar
Mas o medo e a incerteza são mais fortes
Algo maior do que consigo carregar
Sou eu, não é você
Tudo o que eu falar, pioraria
E por mais que eu quisesse explicar
Você não entenderia
Eu sinto mais do que consigo demonstrar
É melhor ficar na minha por uns tempos
Até que tudo se ajeite para mim, para você
Para evitar as teias, os contratempos"

18 10 2008 - 21h24


O lema? "Tudo passa, até a uva passa". ;)

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

O clube dos corações partidos

- Como assim seu noivado acabou?
- Acabou, ele me confessou que ficou com outra e perguntou assim como quem não quer nada: ‘E aí, como a gente fica?’
- E você? O que disse?
- Eu respondi: ‘Não fica...’
- E ele aceitou assim numa boa?
- Ele tentou questionar, mas percebeu que não podia dizer nada...
- E você o perdoaria?
Ela ficou muda por um instante.
- Não sei...
- Tudo o que sei é que é complicado o assunto coração. Se você acha que dá para voltar, que pode perdoar, perdoa, seja feliz... agora se você achar que isso faz com que seu relacionamento com ele comece mal, esqueça. Não vai dar certo... você vai ficar sempre se perguntando, onde ele estará, porque não voltou ainda, com quem andará...
Pareceu clichê de revista feminina, mas em parte ela estava certa. Não dava para começar ou continuar um relacionamento em quem você não confia. Até os adeptos do relacionamento aberto sabem do grau de lealdade e fidelidade de seus parceiros.
- E por que você acha que ele te contou tudo isso? Se ele mora em outro estado, ele poderia simplesmente te enganar, você casaria com ele, não saberia de nada e seria feliz...

Muda outra vez... a nossa hipótese? Ele não sabia como terminar o relacionamento. O casamento estava chegando, ele começou a se questionar, a não ter certeza e essa foi a melhor desculpa que ele conseguiu arrumar. Talvez ele poderia ter falado de uma outra forma: “Eu percebi que não te amo a ponto de querer ter um compromisso sério. Não é você, sou eu... não quero mais casar...” Doeria menos?

- A minha sorte foi que eu tive dois dias cheios no trabalho. Sabe aqueles dias em que há uma porção de coisas para resolver e você se concentra a ponto de nem ver o dia passar? Foi o que aconteceu comigo... Graças ao bom Deus! Deu pra esquecer, pelo menos, momentaneamente...

A nossa conclusão? Que bom que isso aconteceu agora... E se ela tivesse casado? Se tivesse ido morar em outro estado e aberto mão de sua vida para seguir alguém que ela achava que a amava? O golpe teria sido pior, não é? De qualquer forma, a gente achou estranho... Até então, ele havia feito tudo direitinho... Ele tinha vindo em Brasília pedir a mão dela ao pai para casar, comprara uma bela aliança, telefonava para conversarem todos os dias, já havia comprado móveis e fazia planos, falava em filhos e mesmo que ela não os quisesse, ela conversava sobre o assunto, um dia resolveriam, ele já tinha dois filhos mesmo. E depois, num piscar de olhos, tudo pareceu tão fácil, ele jogou três anos da vida deles no lixo...

Como pode alguém ser tão leviano? Logo ele que também já fora traído, que já passara pelo que ela passava agora... Como pôde deixar que ela alimentasse sentimentos, deixar que ela o amasse para desferir o golpe já no fim, quando tudo parecia tão certo, tão concreto?

Se vai dar certo numa próxima vez, não sei... mas que ela merece encontrar alguém legal que a faça feliz, ela merece. Boa sorte! Até lá, bem-vinda ao clube dos corações partidos! Uma certeza? Ela não é a primeira e também não é a única. Pelo jeito, infelizmente, não será a última...
********************************************************
=) =) =) Boa semana!!! =) =) =)

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Encontros e desencontros

O fofo da internet
Que rapaz simpático... Um fofo, desses que dá vontade de abraçar, agarrar forte (com respeito, claro! Hehehe). Eu podia vê-lo sorrir do outro lado da tela, como se houvesse uma simples parede a nos separar. Eu o imaginava de outro jeito... E ele era ainda melhor. Não só por ser bonito, mas por ser engraçado, por gostar de conversar e por se indignar caso eu parasse de teclar por alguns minutos. Mais um que está longe...

Da necessidade de dizer que se ama
Ela não conseguia disfarçar o aborrecimento. Não há utilidade para um pavio tão curto... Ela conseguia ignorar a quem gostava, fingindo uma naturalidade que não combinava com a situação. E por que não dizer a quem gostava que ela amava, que sentia falta? Isso nos torna vulneráveis de alguma forma? Eu ainda prefiro dar a minha cara a tapa...

Encruzilhada
A dúvida assombrou seus pensamentos... Sabe quando você começa a não ter certeza sobre algo ou alguém? Isso passou pela cabeça dele, fazendo-o gastar mais energia que o necessário. Seria tão bom poder apertar o botão da reciprocidade! Ou se o cupido realmente existisse e flechasse os corações, e aí, ambos caíriam de amor um pelo outro... Percebeu que a vida oferece mais possibilidades do que certezas. Ruas de mão dupla, molho de chaves para muitas portas...

O ator de Oscar
Shopping, comida, boa conversa... Dissemos muito um ao outro, mas o essencial eu não podia, conseguia ou queria falar. Se eu falasse, algo mudaria? Ela se aborreceria por ser “enganada” durante tanto tempo? Ela acharia que eu não confiava nela? Não sei, ainda não posso arriscar. Acho que ela entenderia, afinal, sabe que algumas coisas não são fáceis. Só o meu olhar, às vezes perdido, às vezes aflito, às vezes ansioso por falar, não estava bastando. O ator adormecido em mim é muito bom, tanto que às vezes me faz acreditar em algo que só eu sei que não é verdade. E as pessoas têm acreditado, ainda que haja muitos mistérios, muitas lacunas a completar.

Ele vai fingir que não me viu...
Nossos olhos se encontraram rapidamente até que fixei o olhar nele e fui me aproximando devagar. Houve uma época da minha vida na qual eu ansiava por encontrá-lo toda manhã, para ouvir sua voz grave e para rir de tudo o que me falava. Um amor platônico? Não, não chegou a tanto... Acho que ele ia fingir que não me conhecia (por que as pessoas fazem isso em Brasília?) mas eu, boca grande como sou e dada a relevância dele no meu passado, não podia deixar de cumprimentá-lo. A resistência dele foi quebrada nos primeiros minutos e nós acabamos conversando por meia hora. Eu apertei a mão dele desejando tudo de bom. Ele disse o mesmo, completando que nos veríamos por aí (bem por acaso) em algum lugar de Brasília. Ele ainda bate um bolão...

Fala que eu te escuto
O que te aflige? Por que você não fala? Eu brinquei com a frase da música ‘Quando a chuva passar’: “Pra que falar...” mas não completei. Ele retrucou: “Mas eu quero ouvir”. Algumas coisas eu prefiro não falar, eu apenas sinto. E o que eu sinto parece que não vai mudar tão cedo... Fala sério, tem que mudar... Um tapão pra cair na real!!! Plaft!!! Doeu? Era para doer mesmo...

*******************************************

Acho que é do Vinicius de Moraes: “A vida é a arte do encontro, pena que haja tanto desencontro por aí”.

Um abração para as pessoas que fizeram a diferença essa semana: Bart (vice-presidente do clube, hehehe), Leco Lost, Carlos Branco, Dedé, Ton Ton, Conrado e MMarcelo. Não é que a Vanessa da Matta está certa? “Há um desencontro, veja por esse ponto, há tantas pessoas especiais” (Boa sorte – duo com o Bem Harper).

=) =) =) Até!!! =) =) =)

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Dá-me um beijo...

“Dá-me um beijo
Até que eu me afogue de amor
Até que eu perca o ar
Até que nada reste
Só nós dois

Dá-me um beijo
Para que eu sinta seu calor
Suas mãos envolventes
Seu ser, seu todo, seu gosto
Até que nada reste
Só nós dois

Dá-me um beijo
Para que eu me sinta amado
Querido, preenchido, saciado
E pare apenas quando acabar o tempo
Ou ficar sem fôlego ou sentir-se pleno
Até que nada reste
Só nós dois”.

23/09/2008 – 17h02

=) =) =) =) =) =) =) =/ =) =) =) =)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O jogo

“Eu comecei aqueles encontros da mesma forma que ele: também não queria nada a sério. Quer dizer, eu achava que não queria nada a sério... Nos encontramos algumas vezes e sempre nos comportávamos do mesmo jeito: como velhos amigos que apreciam a companhia um do outro e só. Era engraçado porque às vezes eu me sentia como se estivesse montando um quebra-cabeça. A cada encontro ou conversa online, eu recebia pequenas peças, indícios de uma vida que se fazia ampla demais para ser revelada em apenas algumas horas. Acontece que aquela noite era diferente: eu finalmente soubera o resultado da OAB e agora um de meus sonhos se tornava realidade. Combinei com várias pessoas que iríamos comemorar. Como nos comportávamos como amigos, convidei o César também para ir e para a minha surpresa, ele topou. Vi-me, assim, surpreso porque ele era o tipo de pessoa que não se deixava levar facilmente, que se revela aos poucos numa tentativa vã de se fazer ainda mais interessante, sem saber que tudo aquilo, aquele mistério todo, só aumentava a minha curiosidade em pôr fim àquele jogo.

Naquela noite, eu pensei em César com um pouco mais de entusiasmo do que o normal. Escolhi a roupa com cuidado, fiz a barba, tomei banho caprichado e até passei um pouco mais de perfume do que o habitual. Ao sair de casa, lembrei de colocar um vinho na geladeira. Não era nada intencional, talvez um pressentimento...

A comemoração, numa churrascaria da cidade, foi muito divertida. Os amigos que eu juntara ali haviam sido pontos de apoio ao longo de uma faculdade cansativa e desafiadora. Todos eram parte de um processo e eu sabia que só desejavam o meu bem. Quando o César chegou, eu não pude deixar de reparar o quanto ele era atraente. Não que fosse bonito a ponto de querer apenas contemplá-lo, mas todo o conjunto fazia a diferença, afinal, juntar inteligência, boa aparência, senso de humor e um sorriso lindo numa mesma pessoa não parecia ser tarefa das mais fáceis. Todo mundo estava um pouco alto demais ao fim da comemoração. Umas poucas pessoas não haviam bebido, o que não era o meu caso. César perguntou se poderia me levar em casa e eu sem pensar muito, disse que sim.

Quando chegamos à minha casa, eu brinquei dizendo que tudo estava girando e que na verdade eu precisaria de um braço como apoio. Ele prontamente se pôs ao meu lado e me enlaçou para que eu me apoiasse nele. Eu realmente desequilibrei na escada, mas ele não me deixou cair. Nossos rostos se roçaram de leve, o que na hora me causou um certo estranhamento, afinal, éramos amigos e eu não podia confundir as coisas a ponto de desejá-lo. Só mais tarde, eu saberia que desde aquele momento, só o que eu queria era estar com ele. Ao abrir a porta, percebi-o um pouco mais afastado.

- Entra... vamos conversar um pouco...
- Acho melhor não... você está cansado. Deve querer descansar...
- Entra... tem um vinho na geladeira...

Ele abriu um sorrisão, desses que o sol se esconde com vergonha, e concordou. Involuntariamente, eu estiquei a mão, como se ele fosse uma criança, a qual devemos segurar para que não se afaste. Ele também segurou a minha e ao se chegar junto a mim, fechou a porta com um dos pés. Eu o conduzi até a cozinha, onde abrimos o vinho, nos servimos e ficamos nos encarando por alguns minutos. Ficamos numa espécie de jogo novamente, no qual ganhava quem não piscava ou soubesse descrever o outro com mais detalhes depois. Parecia não ter fim até que ele pôs o copo no balcão e num gesto brusco e impetuoso, me agarrou, beijando-me com intensidade. O susto foi apenas momentâneo, porque no instante seguinte, eu também o estava beijando, retribuindo toda a voracidade do momento. Respirávamos com dificuldade, pois o desejo era que nossas bocas não se afastassem. Ele passava a mão nas minhas costas, agarrando-me com vontade, deslizando os mãos pelo meu corpo, o que me fazia estremecer. Beijei-o no pescoço, acariciando seus cabelos, abrindo-lhe alguns botões da blusa social, para enfim, vislumbrar-lhe uma parte do torso nu, enchendo-me de coragem em passar a língua por onde houvesse um pequeno espaço. Quando nos percebemos estávamos deitados no chão da cozinha, abraçados, dividindo um momento de cumplicidade que até então eu não imaginara que poderia acontecer. Ele riu:

- Nós dois devemos estar bêbados...
Eu concordei, rindo e afastando cabelo dele do rosto.
- Então vamos tomar mais vinho... brinquei.

Pegamos a garrafa e fomos para a sala, onde ficamos no sofá, abraçados, trocando uns poucos afagos, quando na verdade, estávamos os dois nos contendo para ver quem avançaria o sinal mais rápido.

Na manhã do dia seguinte, às 11 horas, eu estava com um gosto horrível de “cabo de guarda chuva” na boca. Chamei-o, mas ele não respondeu. Enrolei-me no lençol, procurando-o pela casa, mas ele já devia ter ido embora, sem falar nada e sem deixar bilhete ou recado nenhum...

Disquei o número do celular, mas ele não atendeu. Liguei mais duas vezes e nada. Tomei banho e liguei o computador, enviando um e-mail, quase me declarando e agradecendo pela noite fantástica, mas me contive. Seria um outro pressentimento?

Dois dias se passaram. Achei estranho, pois ele não retornara as ligações que eu havia feito, não respondera os e-mails, não havia tentado nenhum tipo de contato. O que havia acontecido? Tivéramos uma noite juntos, uma bela noite juntos, mas ninguém prometera nada a ninguém e eu sabia disso. Eu tentava falar com ele, pois algo novo se desencadeara para mim, algo até então, desconhecido, um misto de prazer e ansiedade, uma vontade louca de vê-lo novamente para então, abraçá-lo, deitá-lo nu ao meu lado, e acariciar-lhe o rosto e os cabelos, numa espécie de confissão, quase um sinal de amor... Como talvez fosse difícil falar, eu deixaria que meu corpo expressasse... era necessário que ele soubesse de alguma forma.

O mais estranho foi que ele sumira de verdade. Se para mim era preciso falar, eu não tive mais a oportunidade, talvez eu nunca mais o visse, a não ser num desses meros acasos do destino, nesses que a vida se encarrega de fazer surpresa. Jamais retornou as minhas ligações, jamais digitou uma linha se quer via e-mail e eu me senti usado... o pior, eu me senti cansado por ter desprendido tanta energia em preocupações ou explicações desnecessárias. O jogo mudara agora e não havia mais peças a serem completadas. O divertimento agora era brincar de mágico e num de seus mais incríveis truques, César sumira, sem deixar rastros.”

14h37 – 08/09/2008.

*************************************

Antes que alguém me questione, esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com histórias ou pessoas reais, terá sido intencional, hehehe. Há muitas fontes de inspiração e parte de mim, está escondida aí, quase perceptível na entrelinhas...

=) =) Abraços e boa semana!!! =) =)

sábado, 30 de agosto de 2008

Um aniversário que fez a diferença...

Passei alguns dias bem pensativo (leia-se triste no lugar). Uma série de coisas aconteceu e juntando tudo, fiquei mais pesado do que gostaria. Uma ausência prolongada, um “desaparecimento” (creio que para sempre...), uma pessoa querida muito doente, uma situação chatinha no trabalho, um desentendimento, um mal entendido, um encontro com extrema falta de atenção... cada situação aqui colocada como genérica foi um catalizador...
Alguns amigos insistiram para que eu falasse, porque por mais que eu quisesse esconder, eu não estava conseguindo enganar nem meus amigos do msn o que dirá aos amigos de convívio próximo. Falar faz bem e provavelmente me aliviaria. Acontece que eu ainda não criei esse hábito de me deixar abrir feito concha e tudo se voltou contra mim. Cada história e acontecimento foi ficando em mim, apenas em mim, porque eu não conseguia falar... Usei dos meus meios para melhorar: saí com meus amigos, abracei meu namorado (arrochando mesmo, hehehe), rezei muito em casa buscando entendimento, ouvi muita música, contei algumas coisas para algumas pessoas fingindo ser histórias de terceiros só para ter uma opinião, inventei um monte de atividades para os “pimpolhos”... E tudo foi passando, como sempre passou. Antes eu me deixava afetar muito pouco, mas a longo prazo eu tenho me envolvido mais do que gostaria em tudo o que acontece ao meu redor. Parece inevitável apesar de saber que não é...
E aí quando eu achava que estava a ponto de não aguentar mais, passei um dia de “celebridade”. Falei para uma conhecida que estava hospedada aqui em casa:

- “Vou tomar banho e esperar as ligações” – ela brincou:
“Você trabalha com telemarketing?”

Hehehe. Não, era o meu aniversário... No dia 26 já foi muito bom com um embrulho especial: um dvd, um cd, uma vela de bolo e beijos, muitos beijos. Nem precisa dizer de quem, né? Hehehe.
Na quarta 27 eu não trabalhei, então fiquei bem tranquilinho em casa, só esperando pela pequena comemoração que seria no fim do dia. Li, assisti aos episódios de Dawson’s creek do box que ganhei... não estudei e nem fui para a academia e ainda comi uma super barra de chocolate tomando coca-cola. Sem culpa, huahua.
E graças, eu estava certo... recebi ligações preciosas de pessoas que gosto muito. Deus pareceu inspirar cada um a falar o que eu precisava ouvir naquele momento. Recebi vários recadinhos via orkut, os quais já respondi um por um. E tudo o que me desejaram eu desejei de volta: saúde, paz, amor, dinheiro, sucesso, serenidade, sabedoria... é a força do pensamento positivo em ação. Tem dado certo, muito certo até...

E o aniversário rendeu muito mais do que eu esperava. Durou do dia 26 ao dia 30 culminando com uma festinha “surpresa” que adorei. São os amigos fazendo a diferença mais uma vez...

*************************************************************

Obs.: Comentei com o MMarcelo que eu devia ser “louco de pedra” porque havia me falado um monte de verdades numa conversa comigo mesmo. Huahuahua. Uma hora é preciso cair na real, né? Demora, mas tudo passa... até a uva passa... ;)

domingo, 10 de agosto de 2008

=) Cultivando amigos =)

Ligação 1
Oi, Rodrigo! Tudo bem?
Tudo, querida! Como você está?
Estou bem, tô te ligando porque tava com saudade...

Eu me derreto todo, hehehe. Era a minha amiga do ensino médio. Às vezes ficamos um tempo sem nos falar, mas quando nos encontramos, é como se tivéssemos nos falado no dia anterior, dada a conexão, simpatia, intimidade e assuntos que temos.

Ligação 2
Rodrigo, meu camarada!!!
Amigo, como você está?
Muito bem, te ligando para a gente papear.

Meu amigo da UnB. Gente finíssima. Combinamos uma saída com mais um outro amigo em comum. Com certeza vai ser divertidíssimo. A gente se apoiava, conversava e ria muito no curso. Com certeza, a presença deles lá, fez a diferença.

Ligação 3
É o sr. Rodrigo? – Voz séria do outro lado da linha.
Sim, sou eu. – Respondi com a mesma seriedade.
Aqui é da 11ª DP. O senhor sabia que abandono de amigo é crime e está sujeito à pena de detenção de 2 a 4 anos?

Caímos na risada. Era a minha querida amiga me convidando pra sair. E detalhe: havíamos nos visto na semana anterior, ela estava apenas brincando. Comentamos que já fomos amigos em vidas passadas, só pode. Se houver uma próxima, desejo que sejamos amigos novamente...

***************************************************

Muitos comentam que em Brasília, as pessoas são um pouco frias. Bem, creio que deve existir pessoas frias em qualquer lugar, mas quando tentamos, temos retorno, com certeza. Muita gente resistente, como no meu local de trabalho. Mas há muita gente só esperando um telefonema, um sorriso, um pouco de atenção... Tente e perceba. Cultivar amigos têm feito muita diferença em minha vida, muita mesmo...

=) =) Boa semana a todos! Abraços!!! =) =)

Obs.: Nesse domingo, dia dos pais, aproveitei para dar um abraço no meu pai, um dos poucos do ano que consigo ou que ele permite também, não sei direito... tudo q que sei dizer é que agradeço a Deus pelo pai que tenho. Mesmo não sendo o mais carinhoso, ele é meu grande amigo, com certeza... e eu o amo, com certeza também... ;)

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Sorria, você está na Bahia!!! =)

O guia nos recebeu no aeroporto de Porto Seguro e já a caminho do hotel, brincou: “A primeira coisa que vocês vão fazer é tirar essas roupas, porque aqui a gente só se veste assim para casamento e batizado”. Hehehe.

A viagem foi muito, muito boa. Era tudo o que eu estava precisando para recarregar a bateria e voltar com força total para estudar, trabalhar, viver... só de estar despreocupado, sem pensar nos afazeres do outro dia e andar descalço na praia contemplando o mar, o sol e a paisagem faz uma enorme diferença.
Uma das coisas que mais me chamou a atenção lá foi a receptividade das pessoas, no geral, sorridentes e de bom humor. Pessoas simples e trabalhadoras (ao contrário da piada popular da preguiça baiana). Tem como ficar de mau humor num lugar tão bonito como aquele? Ao menor sinal de estresse, é só ir para a praia e tomar um super banho. E foi o que fizemos (eu e minhas companhias de viagem): aproveitamos a praia, “lagarteamos” ao sol, conhecemos a cidade, tiramos mais de 200 fotos (parte do book, hehehe) e só não voltamos mais bronzeados porque o tempo não ajudou muito. Nos primeiros dois dias, choveu e ventou bastante. “Putz! Saímos do frio de Brasília para vir para esse tempo...” O senhor ao lado foi muito “legal”: “Esse vento aí é de 3 a 5 dias seguidos...” “Ah, tá... valeu, obrigado”.

À noite, conversei com o Guimarães no msn e falei do tempo: “Desenha um sol na calçada”, hehehe. Você é demais, Gui!!! Mas nem foi preciso, no outro dia, o sol tava lindo... tudo bem, alternado com momentos de chuva, mas bem melhor do que nos dias anteriores.

O saldo é positivo e essa frase do título eu ouvi o tempo todo em Porto Seguro: “Sorria, você está na Bahia!!!”. Ficar de braços cruzados??? Jamais, descruza já, esse é o ritual baiano de chamar chuva!!! Hehehe.
=) Boa semana a todos!!! =)

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Viajando =)

Estou em Porto Seguro, Bahia. Logo, logo volto e conto tudo. Tem sido muito bom, eu estava precisando.
Abraços! Saudade! ;)

domingo, 6 de julho de 2008

Devaneios e divagações

“Eu só percebi que era amor quando me vi assaltado constantemente por sua lembrança... era só estar parado para lembrar, era conversar com alguém e começar a fazer associações... tudo lembrava você... ou melhor, eu queria a toda hora me lembrar de você... até que tive uma conversa séria comigo mesmo... era preciso parar de lembrar tanto... era preciso seguir mesmo que sozinho... era necessário juntar forças para enfim, me libertar e acreditar que eu me apaixonaria de novo... certamente eu amaria uma outra vez... Creio que senti a sua falta mais do que deveria, agora eu consigo admitir, mais do que jamais imaginei querer... porque é grande a espera de quem ama, mas sempre, de alguma forma, há algum tipo de fim... uma hora é preciso dizer adeus ou desisto... eu desisto... Adeus!”

“Encontro casual
Troca de olhares por alguns segundos
Risada fácil ao primeiro contato
Afinidades naturais sem forçar nada
Encantamento crescente
Vontade súbita de se ver cada vez mais
Encontros sem hora marcada
Sem vontade de acabar
Beijos demorados, corpo estirado
Longos abraços, arrepios
Sem fôlego após o amor
Dá-me tua mão
Ainda tem receio em dizer que me ama?
Então não diga nada
Seu olhar diz tudo
Como da primeira vez”

13h15 – 06/07/2008

Textinhos/poeminhas em momentos de reflexão... é só pegar a caneta e o papel e tentar deixar o coração falar. O momento é muito bom, diga-se de passagem. A novidade é que já estou em contagem regressiva para expor a minha figura no litoral do nordeste, finalmente vou conseguir viajar depois de um bom tempo, descansar um pouco, relaxar. Vai ser bom demais, depois conto tudo. E vou explodir de tanto tirar fotos com certeza. Minha mãe brinca dizendo que adoro cantar e tirar foto, huahuahua. Vou fazer jus a fama das fotos então...

=) Abraços e boa semana!!! =)

Obs.: Foi inevitável não chorar essa semana... não foi nada demais, só o fato de estar num momento sentimental. Explico: recebi a versão de “Broken Vow” que meu amigo Guimarães me enviou via net. A composição é da Lara Fabian, mas essa versão é com o Josh Groban. A letra é de uma dor de cotovelo braba (apesar que gosto muito, hehehe), mas a melodia e a entrega na interpretação de ambos fazem a diferença. Foi só escutar algumas vezes seguidas para fechar os olhos, fazer algumas associações e abrir o berreiro, sozinho, de madrugada, na frente do computador. “Sentimental, eu sou... eu sou demais”. Valeu, Gui!!! =)


Um trechão: “Broken Vow”

Refrão: I'll let you go / I'll let you fly / Why do I keep on asking why / I'll let you go / Now that I foundA way to keep somehow / More than a broken vowI close my eyes / And dream of you and I / And then I realize / There's more to life than only bitterness and liesI close my eyesI'd give away my soul / To hold you once again / And never let this promise end... :’(

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Momentos e pessoas especiais =)

A vida é feita de momentos. Às vezes, ficamos tristes por algum momento ruim, mas logo depois acontece algo bom e esquecemos. Ou seja, não vale a pena remoer situações que não foram legais. Alguns momentos especiais dos últimos dias...

27/06- Festa Junina da escola em que trabalho. Os alunos estavam muito envolvidos na organização do evento e quase não me deram muita bola na hora da aula. Às 10h30, todos dispensados para a festa. Do nada, um dos alunos da 5ª série, antes de sair da sala, me dá um super abraço e fala: “Professor, você é demais”. Abracei-o, retribuindo, e uns 3 outros alunos vieram e me abraçaram também, um abração coletivo sem motivo algum... Ora, ora... Obrigado! Eu adoro os “pimpolhos”, eles sabem...

27/06- À tarde, fui ao encontro de um “amigo do armário”: JP, em um shopping de Brasília. Conversamos pra caramba, comendo e bebendo refrigerante no Burger King (a academia não vai para o espaço, pois eu não exagero nos dias comuns) e ele ainda me apresentou a melhor amiga dele, uma pessoa muito, muito simpática. Tiramos fotos para eternizar o momento. Rimos de nossas histórias, falamos sobre os amigos em comum e que bom que a amizade se estende. Logo numa das primeiras vezes que conversamos, lembro que ele falou ao se despedir: “Que a nossa amizade floresça”. Já é um belo jardim, né amigo?

28/06- Uma amiga minha mora no Reino Unido e faz doutorado lá. Passou um mês de férias no Brasil. Me telefonou e combinamos um encontro com mais uma outra amiga em comum. Conversamos longamente, relembrando velhos tempos (mais de 10 anos de histórias), rindo muito de tudo. Ela ainda me deu 2 livros, pois sabe que uma de minhas paixões são as línguas e como ela também adora romances, eu sempre me divirto muito com o que ela me dá de presente. Muito bom revê-la. Agora só daqui a um ano, provavelmente...

28/06- Eu ainda fiquei na companhia de uma das amigas conversando. Fomos às Americanas e compramos doces e refrigerante, só para deixar o papo mais light, hehehe. O celular vibra e eu, ao ver um número do Rio de Janeiro, logo penso: “Que coisa! Deve ser o Itaú novamente me oferecendo mais um cartão de crédito ou seguro de vida”. Como eu também já trabalhei em telemarketing, eu tenho a maior paciência em ouvir todo o blá-blá-blá para enfim, dizer que não estou interessado. A chamada cai e minutos depois, uma nova ligação. “Atende!”, diz a minha amiga... “21? Rio de Janeiro? Deve ser a Globo para te contratar”. Rimos. Quando atendi eram dois amigos do Rio (Conrado e M.Marcelo) que conheci através do Orkut, ambos legais, ambos especiais, adorei ouvi-los. Mesmo longe, se fazem presentes e o coração agradece. Eu só tinha anotado o número na agenda, não tinha salvo o número no cel e quase deixei passar essa surpresa. Conversamos alguns minutos, na ciência de que mais um jardim floresce e se eu pensar bem, a vida está repleta de belas paisagens, algumas zonas áridas também, nas quais há poucas cactáceas, pois nada é perfeito, mas nas quais também há vida.

Só faltou ver o “neném” no final de semana, mas o último abraço ainda me aquece. Irei vê-lo logo, logo, já com saudade. Uma história para um próximo post. O legal é mesmo prestar atenção nos belos momentos, valorizando-os para que superem os que não consideramos bons, não é mesmo?

=) =) =) Boa semana a todos!!! =) =) =)

Música tema: The Call – na voz de Regina Spektor. A letra é tão sutil, a voz da cantora é tão suave, adorei... Great Lyrics! Thanks, JP!

“It started out as a feeling / which then grew into a hope / which then turned into a quiet thought / which then turned into a quiet word / and then that word grew louder and louder / 'til it was a battle cry: / I'll come back when you call me / no need to say goodbye (...)
Now we're back to the beginning / It's just a feeling and no one knows yet / but just because they can't feel it too / doesn't mean that you have to forget / Let your memories grow stronger and stronger / 'til they're before your eyes / You'll come back when they call you / no need to say goodbye”.

Obs.: O post hoje tá meio grande, mas é porque acabei não colocando post na semana passada. Esse compensa... obrigado a todos que me lêem, valeu! =)

domingo, 15 de junho de 2008

No dentista =)

Quarta-feira 11/06/2008

Após tomar um banho de 1 hora, eu definitivamente já estava atrasado para o dentista. Como eu já tinha tomado café da manhã, bastava escolher uma blusa e escovar os dentes. Sou viciado em blusas de botão, escolhi uma branca com listras vermelhas e azuis, muito bonita. Escovei os dentes com a máxima rapidez que pude, odiando passar fio dental como sempre (com aparelho é muito pior, mas tudo bem, investimento na carreira a longo prazo, hehehe).
Sai apressado, cheguei na hora certa e ainda tive que esperar porque os horários anteriores ao meu estavam atrasados.
Finalmente, na hora que deitei na cadeira do dentista, percebi que tinha deixado cair pasta de dente na blusa: havia uma mancha grande de pasta dental espalhada e eu nem tinha percebido. Ri sozinho na hora, não havia nada a fazer mesmo. Pelo menos, o dentista vai saber que estou escovando os dentes direitinho...

***************************************

Esse post me lembra os do Latinha, hehehe. Abraço, querido! ;)

Conrado, Guimarães e Márcio: vocês acham que eu seria mesmo capaz de deixar de ser amigo de vocês só pela questão do namoro? Não poderia deixar de me corresponder com pessoas tão especiais, que me fazem tão bem e que já me deram em troca demonstrações de carinho e amizade. Iremos nos ver em breve, vocês sabem... É como você falou, Gui, dá para conciliar as duas coisas. Adoro vocês! Se depender de mim, seremos amigos de longa data. Por que não para sempre? Hehehe.

Ao Dedé: foi tão legal passar meu primeiro dia dos namorados com você... Você é tão fofo (em vários sentidos, hehehe). Agradeço por entender a minha questão de tempo e por estar comigo. Vou repetir as suas palavras: “Você é lindo por dentro e por fora”. ;)

“Você chegou, e iluminou o meu olhar / Teus olhos nus, raios de luz no azul do mar / Meu coração, que sempre quis acreditar / Bateu feliz, foi só você chegar” – linda na interpretação da Simone.

=) =) =) Boa semana a todos! =) =) =)

domingo, 8 de junho de 2008

Um novo tempo...

Um último textinho de decepção, porque definitivamente, é uma nova fase que se inicia...

“Eu o vi de longe saindo do carro. Quis chamá-lo, abraçá-lo, ver como estava, mas no fundo, sabia que ele não desejava o mesmo. Tinha feito questão de se manter longe e evitava todo e qualquer contato. Observei-o mais algum tempo. Repeti as suas últimas palavras mentalmente, desejando o que havia me desejado da última vez: ‘Fica com Deus... fica com Deus".
28/05/2008 – 15h01

Um novo tempo...

“É algo que vem para todo mundo, mas às vezes por estarmos sozinhos há muito tempo, parece que não vai acontecer. E aí, quando você menos espera, acontece. Serve como uma lufada de ar fresco para alguém que estava preso há muito tempo, renovando esperanças, derrubando tabus, deixando aflorar só ternura, deixando-se ouvir apenas o coração. Se é eterno, não sei, se é minha alma gêmea, não sei também, só o tempo dirá. O que importa é o presente, no qual nos fazemos bem, no sentimos bem. E é tão legal estar com você, rir de qualquer coisa, conversar ao pé do ouvido... Sentir seu rostão (hehehe), suas mãos grandes e ásperas, sua boca, te abraçar forte e ter dificuldade de ir embora. ‘Quando você sorri, o seu rosto inteiro se ilumina’ – foi lindo ouvir, ainda mais numa noite tão linda. É muito bom, é realmente muito bom ter você em minha vida”


"My love has told me that he needs me. That's why I take good care of myself, watch out where I'm going and fear that any drop of rain might kill me"
Brecht
O meu muito obrigado a todos que lêem, comentam aqui ou comigo no msn.
Boa semana a todos!!! =) =) =) =)

segunda-feira, 2 de junho de 2008

=) So kiss me... =)

O beijo

“Uma leve hesitação no ar
Uma certa insegurança
Aquele momento seria uma linha divisória
De mãos dadas, caminhamos
Frente a frente, nos encaramos
Um homem de atitude
Talvez por mim, ficaríamos no 0 X 0
Beijo...
Beijo...
Beijos...
Pronto! Não arrancou nenhum pedaço
Quase...
Dali então, deixei meu coração ser só ternura
Aproveitei para segurar seu rosto
Apertar suas mãos, acariciar seu cabelo, sentir o perfume
O roçar leve da pele com pele
Uma barba que poderia deixar vestígios em meu rosto
Tô nem aí... pensei depois
Foi tudo tão bom
Só nós dois
O céu, a lua e as estrelas por testemunhas
Um momento só nosso
E um outro eu a partir dali”

Música-tema: Kiss me, na versão da Danni Carlos que gosto muito
Não podia ser outra música, hehehe. =)

"Oh, kiss me beneath the milky twilight/ Lead me out on the moonlit floor / Lift up your open hand / Strike up the band and make the fireflies dance / Silver moon's sparkling / So kiss me"

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Dia do Geógrafo

Quando eu brinco dizendo que a Geografia está em todas, meus amigos caem na risada, achando que estou apenas puxando brasa para a minha sardinha. Mas a Geo está em todas mesmo, até na poesia...

“Todo estado de alma é uma paisagem. Isto é, todo estado de alma é não só representável por uma paisagem, mas verdadeiramente uma paisagem.
Há em nós um espaço interior onde a matéria da nossa vida física se agita. Assim uma tristeza é um lago morto dentro de nós, uma alegria um dia de sol no nosso espírito.
E mesmo que não se queira admitir que todo estado de alma é uma paisagem pode ao menos admitir-se que todo estado de alma se pode representar por uma paisagem”.
Fernando Pessoa

E mais...

“Não precisamos freqüentar a escola para comungar com a Geografia. Nós a percebemos e a aprendemos por força do nosso próprio cotidiano”.
Ruy Moreira

Viu??? É só olhar em volta... Tudo é Geografia...

=) =) =) =) =) =) =) =) =) =)

domingo, 18 de maio de 2008

Veia literária

“Por maior que fosse a incerteza, Regina percebeu que não poderia deixar que Luís passasse em branco em sua vida. Ela tinha medo... medo de se aventurar, medo de se perder naquele romance, medo de perceber no futuro que o amor era maior que ela mesma e que se ele a deixasse, certamente ela não sobreviveria.

Era ansiedade? Ter medo de um futuro que ainda nem acontecera?

Se houvesse uma seqüência lógica na história de sua família, ela sofreria por amor, parecia haver uma espécie de “sina” a qual ela estaria destinada. Aconteceria com ela também, da mesma forma que sofreram sua avó e sua mãe, ambas com histórias de amores complicados, para não dizer impossíveis e que haviam deixado marcas profundas em suas vidas.

Por maior que fosse o medo, ela não poderia deixar que Luís passasse em branco. Se fosse para se arrepender de algo, seria por algo que ela teria tentado. Tomou coragem, foi a casa dele e tocou a campainha. Não importava se ele tinha namorada, ficante, amante ou qualquer outra denominação de companheira em sua vida: ela estava decidida.

Luís mesmo abriu a porta. “Oi” – disse ele, num meio sorriso. Sem pensar duas vezes, ela não falou palavra. Olhou-o fixamente, passou as mãos suavemente em seu rosto e o beijou devotamente, julgando ser aquele um momento único em sua existência, um momento no qual a comunhão não era apenas física, mas de almas. Ela poderia estar enganada, mas sentia que ele também retribuía o beijo e com o mesmo ardor. Mais tarde, ela saberia que não estava enganada... ele também a amava”.

Trecho do meu romance... A minha avó me pediu para escrever um, a idéia nunca mais me saiu da cabeça... Sai ou não sai??? Acho que é uma questão de tempo mesmo...

(...) havia decidido me curar para sempre do vício de me apaixonar, que no final das contas só me trouxera complicações. Ainda bem que não consegui isso completamente, a inclinação permaneceu latente, como uma semente asfixiada sob dois metros de gelo polar, que brota com teimosia à primeira brisa morna”.
Trecho do livro: Paula, de Isabel Allende.
Lendo aos poucos para não acabar logo...

E por fim, há dois anos atrás, estava num sebo de livros em Brasília. Passeando na seção de romances, folheei vários e me perguntei porque a escritora Zélia Gattai estava na Academia Brasileira de Letras. Não deveria ser por acaso. Comprei um de seus romances mais famosos “Anarquistas graças a Deus”, que já teve até adaptação para a TV e li em 3 dias, compulsivamente. Uma escrita ágil e agradável, um texto poético, saboroso, onde cada trecho era pura memória. Li uma crítica que dizia que o grande trunfo de “Anarquistas” era contar a história da própria autora. Nada ali escapava da experiência do vivido. Minha conclusão: a cadeira de Zélia Gattai na ABL era mais que merecida. Agora ela vai reencontrar o Jorge...

Boa semana a todos! =)

Música tema:

Where is your heart? / Cause I don't really feel you / Where is your heart? / What I really want is to believe you / Is it so hard to give me what I need / I want your heart to bleed / And that's all I'm asking for / Where is your heart?

Where is your heart – de Kelly Clarkson =,(

domingo, 11 de maio de 2008

Todos os filhos são presentes...

“Ao acordar, vou agradecer minha mãe por tudo...
Vou dizer que a amo, ainda que eu saiba que ela não consiga dizer o mesmo...
Vou entregar o presente ouvindo: ‘não precisava se incomodar, dias das mães é todo dia, mas obrigada, filho’
Procurarei entender também o lado dela
Os pais se preocupam muito com os filhos
Uma forma de demonstrar seu amor e afeto
e às vezes tentando acertar, erram
Ninguém nasce sabendo ser pai e mãe, não há cursos que ensinem tal ofício
mas vou agradecer pelo apoio e carinho
Pelo amor incondicional, que não se revela em beijos e abraços
mas num apoio sincero
Do fundo do coração, vou agradecer por ela estar aqui
Por ela ser quem é e por fazer o que faz
Por dividir suas histórias, por ajudar na construção de valores
Por ter paciência ou por perder a paciência nos momentos necessários
Por tentar agradar na cozinha mesmo sem vontade de cozinhar
Por possuir um coração tão belo e grande, por sua capacidade incrível de amar
Por ser mãe, por ser a minha mãe”

Ouvi umas palavras no trabalho que também me comoveram bastante... Dizia mais ou menos o seguinte:

“Mãe, que você saiba perceber que todo filho é um presente. Alguns são surpresas que você vai descobrindo com o tempo. Outros são lindos, vêm com papel acetinado e laço de fita, bonitos tanto em forma quanto em conteúdo. E há também os que são difíceis de abrir, de tão cheios de papel e fita durex, mas todos são presentes”

Se nem sempre a gente se entende, continuamos seguindo lado a lado.
É como se tivéssemos que aprender ainda alguma coisa juntos, não parece que estamos próximos ao acaso.
Tanto a falar ainda...
Provavelmente a minha mãe lerá essas palavras num futuro próximo de alguma forma. Outras serão ofertadas com amor para ela.

Feliz dia a todas as mães!!! À dona Maria, especialmente... =)

domingo, 4 de maio de 2008

A tênue lembrança

Escrever para exorcizar...

Eu pensava nele todos os dias. Mentalizava-o, materializava-o perto de mim. Esperava que pensamentos tão freqüentes nos colocassem frente a frente mais uma vez. Acreditava na força do pensamento. Depois eu mesmo ria de tais idéias... se quisesse vê-lo ou falar com ele era só ligar, eu sabia onde e como encontrá-lo. Mas eu havia feito uma promessa: eu não iria mais vê-lo, não queria ou pretendia pelo menos, pois a distância e a ausência fariam com que eu o esquecesse de vez e para sempre. Só as lágrimas clandestinas me assombravam em algumas noites...

Até que um dia, tive que ir ao banco. Estava tão ocupado, tão absorto em meus pensamentos, em mim mesmo, que saí de lá distraído, sem perceber ou notar ninguém...

Fui puxado pelo braço. Era ele... eu consegui sorrir e nos abraçamos. Seguiram-se as perguntas básicas: como você está, o que anda fazendo... Falamos de amigos em comum, de sonhos, de conquistas... conversamos por alguns minutos, trocamos e-mails e eu fui embora. Peguei o caminho mais longo para casa. Andar me ajudava a organizar os pensamentos.

Eu planejava tanto encontrá-lo (mesmo achando que não...) e fui vê-lo logo no dia em que eu menos esperava, no dia em que eu estava desarrumado (não faria diferença para ele, né?), distraído e cansado... no dia em que eu nem o cogitara em minha vida e que pensava já tê-lo superado, ele aparecia, como fagulha a acender labareda.

Quando eu menos esperava, lá estava ele a me fazer desmoronar outra vez, eu que em minha frágil tranqüilidade construíra alicerces fracos em terrenos instáveis, que desistira de esperar porque ignorava ainda amá-lo. Só quando aceitei o inevitável é que consegui esquecê-lo. Ou melhor, não o esqueci totalmente, mas aprendi a conviver com a lembrança, hoje cada vez mais tênue...
***********************************************
Pode não parecer, mas estou bem...
=) Boa semana!!! Fé em Deus e na vida sempre... =)

sábado, 26 de abril de 2008

Para descontrair - Historinhas com farmácias =)

Sabe quando às vezes você se vê naquelas situações meio constrangedoras sem perceber? Li uma vez naquela revista Seleções (super companheira de férias em Belém, palavras cruzadas idem) um caso de uma mulher grávida de 6 meses. A irmã pede que ela vá comprar um teste de gravidez na farmácia. A balconista olha para ela, ri e comenta:
- Minha querida... guarde seu dinheiro... eu garanto que você está mesmo grávida.

Duas historinhas relacionadas à farmácia.

Belém

A tia estava com crise de “hemorróida”... só eu em casa. Lá fui eu à farmácia comprar “hemovirtus”, alívio imediato segundo ela...
Na farmácia, o balconista, muito solícito, me leva a uma prateleira e começa a discursar sobre as pílulas de castanhas e sobre uma pomada “não sei das quantas” que eram “santos remédios”. Ainda enfatizou colocando a mão no meu ombro num gesto de solidariedade:
- Se você seguir a risca, livra-se das crises de hemorróida...
Putz!!! Aí que eu percebi que ele achava que quem estava com a crise era eu...
- Não é para mim... é para a minha tia...
- É o que todo mundo diz, meu filho...

Brasília

Eu brinco com o meu irmão dizendo que ele é o tipo de pessoa que se irrita duas vezes: quando acontece algo com ele e quando conta a história. Quando relata o ocorrido, não se dá conta de que começa a falar alto como se estivesse brigando novamente. Eu digo:
- Menos irmão... sua jugular já começou a pular...
Já a minha mãe é dessas pessoas que fica nervosa vendo TV. Nervosa e curiosa, porque mesmo passando mal, ela não conseguia desligar a TV, acompanhando as coberturas especiais dos canais de notícias. Nas semanas passadas, ela ficou revoltada com o caso da menina jogada do sexto andar. Eu voltava do trabalho quando a minha mãe me liga:
- Passa na farmácia e compra Maracujina, por favor... estou muito nervosa...
Na farmácia, a moça comenta:
- O Maracujina custa R$ 27, mas tem uns genéricos aqui muito bons, você vai ficar calminho...
Dessa vez, eu não contive a risada:
- É para a minha mãe... o engraçado de comprar esses remédios é que todo mundo pensa que é você quem está passando pelo problema...
Ela riu também:
- É o que todo mundo diz...

=) =) =) =) Boa semana!!! =) =) =) =)

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Feliz aniversário, Junior!!! =)

Para ler ouvindo: “See the sun” da Dido.

=) =) =) =) =) =) =) =) =) =) =) =) =) =) =) =) =)

Se o Junior tivesse estudado na mesma escola que eu, provavelmente faria parte do meu grupo de amigos, que chamávamos carinhosamente e com pouca modéstia de “elite”, hehehe. A elite era composta basicamente por 3 homens (2 casaram e tomaram rumo) e 4 mulheres (1 está noiva, mas diz que nunca vai nos abandonar). Um dos eventos mais legais que a elite faz anualmente é o amigo oculto. Num primeiro momento, os presentes eram cds piratas, uma forma simbólica de nos presentearmos, até chegarmos na fase atual de cds e dvds originais (os tempos melhoraram, graças a Deus!).

O fato é que se o Junior fosse membro do grupo, nós, certamente, e independente da vontade dele, faríamos uma festinha compulsória, como fizemos para a Adriana ano passado. Combinamos uma reunião na minha casa às 15hs. A Adriana teve que ir a um churrasco com o namorado. Às 17hs já estávamos a ponto de ligar mais uma vez e estragar a surpresa, mas felizmente ela apareceu. E foi pega de surpresa mesmo... ela nem esperava. Achou o máximo termos organizado tudo, desde o bolo (eu que fiz, um dos meus destaques culinários, hehehe) até balões e cartazes impressos de computador desejando feliz aniversário. Super legal!

Mas o Junior não faz parte desse grupo de amigos... Mesmo assim, simbolicamente, fica aqui uma pequena homenagem... vou desejar o que todo mundo sempre deseja: paz, saúde, sucesso, amor... e vou dizer que apesar de você tomar chá de sumiço, ser abduzido e visitar outras galáxias, adorei o período em que nos falávamos todos os dias, no qual tentamos decifrar os grandes enigmas do universo e afins, no qual eu ficava zumbi do “Resident Evil” no trabalho ou cursinho. Sempre foi legal sacrificar umas horinhas de sono... Eu te falei umas coisas que depois eu mesmo ficava de cara... eu demorei tantos anos a querer falar algo e de repente lá me via eu em bom desprendimento.

Eu parafraseei você dizendo que eu também era um ser que implorava e a gente sempre implora mesmo um pouquinho de atenção das pessoas que a gente gosta. Porém, há um período em que todo mundo acaba fazendo aquelas escolhas de vida e quem implora também cai na real... alguns ficam, outros vão e eu não vou racionalizar em qual categoria você vai ficar, porque eu adorei ter te conhecido e saber da existência de algumas pessoas já é algo importante. Se de repente a gente não se cruzar mais mesmo e você ler o blog, te digo que vou guardar os bons momentos que passamos juntos na lembrança e no coração... você já virou texto, página de diário, poesia e provavelmente vai virar romance também num futuro próximo... tô fazendo que nem a Isabel Allende, juntando histórias para depois escrevê-las do meu jeito, com a minha cara e explodir no mercado editorial, hehehehe.

Por fim, você lembra quando a gente se viu pela primeira vez e na hora de ir embora eu te pedi um abraço? De repente você interpretou que eu era o ser mais carente do mundo, acho que foi por isso que você disse para eu não esperar muito de você... mas não, sou só um pouquinho como todo mundo e acho que foi a primeira vez que eu pedi para abraçar alguém... não me arrependi... fica na memória e coração também. Vou citar só um trechinho de uma canção da Lara Fabian (sempre a Lara Fabian) que resume bem: “These arms are my heart”...

=) =) =) Feliz aniversário, Junior!!! Abraço!!! =) =) =)

=) =) =) =) =) =) =) =) =) =) =) =) =) =) =) =) =) =)

domingo, 13 de abril de 2008

Sutilezas

1- Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue;
2- Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo;
3- Angústia é um nó muito apertado, bem no meio do sossego;
4- Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento;
5- indecisão é quando você sabe muito bem o que quer, mas acha que devia querer outra coisa;
6- Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára;
7- Intuição é quando o seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido;
8- Pressentimento é quando passa em você um trailer de um filme que pode ser que nem exista;
9- Vergonha é um pano preto que você quer para se cobrir naquela hora;
10- Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja;
11- Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento;
12- Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado;
13- Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes;
14- Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração;
15- Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma;
16- Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta para os outros;
17- Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas geralmente não podia;
18- Lucidez é um acesso de loucura ao contrário;
19- Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato;
20- Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele;
21- Paixão é quando apesar da palavra perigo o desejo chega e entra;

22- Amor é quando a paixão não tem compromisso marcado. Não... amor é um exagero... também não... um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego?
Talvez porque não tenha sentido, talvez porque não tenha explicação, esse negócio de amor... não sei explicar!

Mário Prata

Hoje é o dia do beijo... pena não ter alguém para comemorar... mas beijei duas amigas no shopping, já é alguma coisa, hehehe.
Eu ia postar outra coisa, mas recebi esse e-mail ontem e ele me chamou a atenção. Não sei dizer se o autor é mesmo o Mário Prata porque na net as fontes são confusas, mas fica a leveza e a sutileza dessas palavras...

=) Boa semana a todos!!! =) =) =) =) =) =)
Música-tema "brejo" de hoje:
“And you probably don't want to hear tomorrow's another day / Well I promise you you'll see the sun again / And you're asking me why pain's the only way to happiness / And I promise you you'll see the sun again” - Dido :´(

domingo, 6 de abril de 2008

"O importante é mesmo amar" =)

“Lado a lado, deitados na grama, contando estrelas
Ganhei uma constelação com meu nome.
Dividimos o último gole de coca-cola
E logo após, um beijo diferente, com sabor de quero mais
Pela manhã, lembrei agora...
Abracei-o amassando a roupa recém-passada
sentindo o perfume, a loção pós-barba, o roçar leve da pele com pele
Um longo abraço para um longo dia separados
Corre-corre, dia-a-dia, os probleminhas comuns do cotidiano
Tudo se resolve estando ao seu lado, sentindo o seu abraço, o seu laço protetor
Basta ver seu sorriso para o sol brilhar mais forte
Para eu ter mais certeza de quão belo é o amor
Nos damos bem, somos amigos, companheiros
Nos divertimos muito juntos
Passeios simples, caminhadas no parque, shopping, cinema...
Quem desafina mais no karaokê????
Fizemos um acordo, eu rio das suas e você ri das minhas piadas
Faz com que esta jornada seja melhor, mais leve
E acordar ao seu lado... ah... acordar ao seu lado...
É bom demais
É perceber que todo mundo é estranho e belo ao amanhecer, ao levantar
É gostar de tudo, mesmo do mau humor passageiro
É preparar um café com prazer e dividir as coisas mais simples, da xícara ao olhar
Perceber que o amor pode mudar tudo: o viver, o perceber, o caminhar, o continuar
Nada pode ser errado quando duas pessoas se querem, se gostam
Já que o importante é mesmo amar”.


Uma boa semana para todos! =)

sábado, 29 de março de 2008

=) Tempo de ser feliz =)

Sempre coloco os posts no domingo, mas hoje bateu uma vontade enorme de escrever, compartilhar... aí vai.
*********************************************************

- Vamos ao parque da cidade?
- Agora?
- É... Vamos?
- Ué? Vamos.
- Eu passo aí em 20 minutos, pode ser?

Legal o convite. Como eu já tinha tomado banho era mais fácil, hehehe. Troquei de roupa rapidamente, passei filtro solar e peguei meu boné. Coisa de gente da cidade, como diria um tio meu...

Esse meu bom amigo de anos, que conheci na UnB, é super gente boa. Já tivemos alguns perrengues, mas um dia ele disse que só tinha percebido que eu era amigo dele de verdade quando finalizamos o curso. Eu ri... por mais que a gente tente ser amigo de alguém, precisa haver uma contrapartida também.

Em 15 minutos ele já estava aqui e lá fomos nós para o parque da cidade. Caminhamos, conversamos pra caramba e por fim, sentamos num quiosque para beber água de coco. Ele contou da vida dele, dos últimos acontecimentos e da relação intempestiva com a namorada que o coloca na parede sobre casar ou não.

- Vocês já namoram há 3 anos. Você já está empatando a moça... brinquei.

Ele riu. Contei dos meus alunos e da escola, da fase de tentativa de dedicação aos estudos, dos novos amigos que consegui via orkut e MSN sem entrar em detalhes.

Depois de quase 3 horas lá, viemos embora. O intuito era só pegar sol e conversar para distrair, como ele mesmo comentou. Agradeceu a companhia e a disponibilidade. Eu que agradeci pelo convite e bom papo. O mais legal disso tudo é que um simples passeio só para pegar sol num lugar agradável e com alguém legal me fez pensar num monte de coisas.

A conclusão? Depois de um tempo meio em banho-maria, numa fase curtindo até um pouquinho de tristeza, percebi que a alegria que eu sinto em estar vivo nunca me abandonou. Ela só estava aqui meio adormecida. Bastou uma fagulhinha para enfim, reacendê-la com força total. Por mais que muitas vezes as coisas pareçam tomar rumos inesperados e por mais que eu fique confuso com relação a um monte de coisas, Deus (para quem acredita) me dá uma nova oportunidade todos os dias para recomeçar, tentar fazer a diferença. Sorri olhando o espelho, fazia tempo que eu não conseguia sorrir com vontade, com alegria mesmo e de coração aberto. E o título do blog é verdade: “Eu sigo sorrindo apesar de tudo”. Mesmo em confusão, em tristeza, em solidão, algumas vezes...

Tenho amigos legais, uma família (a gente se ama entre trancos e barrancos), uma profissão que gosto, ainda que me dê alguns dissabores (lidar com público é complicado), e uma vontade enorme de realizar, de conseguir, de buscar mais, de crescer pessoal e profissionalmente, de encontrar alguém para amar... Se já perdi algum tempo meio que me escondendo da vida, hoje sei que sempre é tempo... uns mais cedo, uns mais tarde... a vida pode oferecer muito mais do que supomos, às vezes é o medo ou as limitações que nos impomos que nos impedem de perceber, mas
sempre é tempo de ser feliz, sempre...

=) Aos novos leitores, o meu muito obrigado!!! =)

Música-tema de hoje:
Eu me acerto – Zélia Duncan.
“Não pensa mais nada / no final dá tudo certo de algum jeito / eu me acerto, eu tropeço e não passo do chão / pode ir que eu aguento / eu suporto a colisão / na verdade, na contramão”. Tudo a ver!!!

domingo, 23 de março de 2008

"Vai tranquilo que aqui tudo fica bem..."

Hoje, num primeiro momento, vou deixar que outras pessoas falem por mim...

“O senhor Manoel chegou. Agora eu estou lhe tratando bem, porque percebi que gosto dele. Passei vários dias sem vê-lo e senti saudades. A saudade é amostra do afeto”.
Quarto de despejo – diário de uma favelada – de Carolina Maria de Jesus – Ed. Ática.

***************************************************

“Embora você não seja meu amante
Embora você não seja meu amigo
Eu faria tudo
Para ter você aqui
Só para abraçar você novamente”

Just to hold you once again – Mariah Carey

***************************************************

“Je sui loin de toi (Eu estou longe de você)
Je suis loin mais je pense à toi (Eu estou longe mas eu penso em você)
Je suis loin de toi (Eu estou longe de você)
Je suis loin mais je n’oublie pas (Eu estou longe mas eu não esqueci)
Je suis loin mais je pense à toi (Eu estou longe mas eu penso em você)

Loin de toi (Longe de você) – belíssima canção na voz de Florent Pagny – letra de Jacques Veneruso.

***************************************************

E por fim, um trechinho do meu livro, um romance que um dia sai:

Vai tranquilo que aqui tudo fica bem... apesar de tudo... Não sei dizer exatamente quantos minutos, horas, dias, eu pensei até chegar a esta conclusão. O melhor nesse momento é que você se vá e que me deixe, pelo menos momentaneamente, a também pensar na minha vida.
O que eu fiz, o que você fez, é no momento, difícil de esquecer. Desde já, espero conseguir perdoar, que você me perdoe também, sem deixar mágoa, sem pensar ‘me arrependi’ ou ‘sinto muito’. Eu queria te dar um abraço, um beijo, dizer não se demore, mas faltam forças. Consigo escrever estas poucas palavras só pra dizer um até breve, meu amor... até breve”.

Feliz páscoa a todos! ;-)

sábado, 15 de março de 2008

Histórias da minha vida

Fatos reais...
Eu tinha 16 anos e fazia cursos de línguas estrangeiras. Num deles, conheci a Camila, 15 anos, bem simpática: cabelos pretos, longos e cacheados, olhos castanhos claros, branca, baixinha e gordinha. Nós sentávamos lado a lado na sala e íamos juntos para a parada de ônibus na volta para casa. Trocamos telefone e conversávamos bastante, em ligações que duravam, no mínimo, 30 minutos. O tempo foi passando e ela que tinha uma história bem complicada e mal resolvida com um ex-namorado, disse que sentia algo por mim. Na época, eu tinha tanta dúvida com relação à sexualidade e me forçava a não ter pensamentos homossexuais, apesar de estar caidaço pelo meu grande amigo hétero. Eu achei que poderia ser uma boa chance e comecei a dar corda ao pseudo-romance. Continuamos falando muito ao telefone, até que resolvemos marcar um encontro no shopping. Eu liguei e ao me despedir, ainda comentei:

- Pensa em mim...

Fomos ao Parkshopping. Cheguei bem antes dela e fiquei sentado num banco, na maior ansiedade. Poderia ser a minha chance de ter um romance legal, porque eu tinha decidido que iria namorar mesmo, apesar de toda a não-aceitação que eu tinha sobre mim.

Ela chegou, eu a abracei e ficamos sentadinhos, um do lado do outro, conversando. Lá pelas tantas, ela olha para mim e diz:

- Eu ainda gosto do meu ex... e ele me disse que quando voltar de viagem quer me ver...

Eu lembrei de todas as histórias que ela tinha me contado... ele havia sido o primeiro homem da vida dela, que com 14 anos, já tinha vida sexual bem ativa. Como ela ficava sozinha todas as tardes em casa, todas as tardes ele ia para lá... e ela sempre comentava que ele era do tipo sacana mesmo.

- Do nada, ele chega em mim e pergunta qual a cor da minha calcinha ou pega a minha mão e coloca dentro do short dele...

Ela continuou:

- Eu pensei bem... é melhor que a gente continue sendo só amigos... você me entende?
- Entendo...

Ainda tomamos sorvete, andamos um pouco e ela ainda perguntou se eu estava chateado. Eu disse que não, menti, é claro. Eu fiquei com raiva porque eu tava quietinho no meu canto, ela que demonstrou interesse e na conclusão, ela me dispensava? Vai entender as mulheres... Nos abraçamos e eu fui embora. Na volta para casa, eu sentia um super mal estar. Eu tinha levado o primeiro fora da minha vida... Apesar de não querer, querer, eu já tinha feito até planos... pensei que sairíamos juntos, que eu também passaria algumas tardes na casa dela e que poderia ser legal. Passei a ser mais frio ao telefone e graças, estávamos no final do semestre. Ela percebeu e comentou que tinha feito mal ao dizer que sentia algo por mim, porque tinha estragado a nossa amizade que era tão boa. Fazer o quê?

Eu fiquei pensativo uns dois dias, mas passou. Decidi ir à locadora alugar um vídeo. O atendente era bem bonitinho e se chamava Rômulo. Aparentava ter uns 23, 24 anos, não sei. Eu conversava bem pouco com ele, mas nesse dia, ele puxou mais conversa, indicou filmes... só eu e ele na locadora. Quando eu fui pagar e assinar o papel, eis que ele olha para mim, pega uma fita que estava num monte, me mostra e diz:

- Acho que você gosta dessa...

Era um filme-pornô... gay!!! Eu devo ter ficado azul, roxo, lilás de vergonha...

- Não, não gosto não...

Ele percebeu o meu embaraço, pediu desculpas umas três vezes e disse que tinha se excedido... Eu disse tudo bem e fui embora. Como eu não esperava, fiquei bem perturbado com aquela nova situação. Em casa eu fiquei especulando, pensando que se eu tivesse dito sim, também poderia ser uma outra oportunidade para viver um possível romance também, já que eu havia entendido aquilo como um sinal dele dizendo que era gay. Ou será que ele tava só curtindo com a minha cara mesmo? Como eu lutava muito contra, acabei não admitindo o que sentia...

O pior foi que eu não quis mais voltar à locadora, mas eu tinha que devolver o filme. Menti para o meu irmão dizendo que estava com dor de cabeça e ele foi devolver. Eu não tive mais coragem de voltar à locadora enquanto o Rômulo trabalhou lá. O meu irmão estranhava quando eu não queria ir, logo eu que adorava filmes... se eu fosse explicar, era capaz do meu irmão querer bater no atendente, já que nessa época, ele era desses que malhava, metido a truculento e eu não queria que o Rômulo se desse mal... ele passou a fazer parte do meu arsenal amoroso, erótico e mal resolvido de histórias... :(

domingo, 9 de março de 2008

De amizade a amor :)

Amigos de longa data, quase irmãos, de fé, dificuldades, de sorrisos, de cumplicidade... só quando houve uma conversa franca e tivemos certeza do que antes era apenas um desejo reprimido de que fosse verdade, é que conseguimos deixar acontecer algo. De quase irmãos, passamos a namorados e conseqüentemente a amantes, companheiros de caminhada.

Depois de tantos anos de amizade, houve o nosso primeiro encontro. Foi de certa forma engraçado, já tínhamos tanta intimidade, mas era diferente sair com ele naquela situação. Um programa bem típico: cinema, pipoca, refrigerante, um fim de tarde... sentamos na última fileira e quando a luz se apagou pudemos ser nós mesmos. Um leve estremecimento ao senti-lo tocar meu braço, depois enlaçar meu pescoço e por fim, encontrar meus lábios, num beijo que me fez delirar por completo. Pela primeira vez eu pude tocar-lhe o rosto, sentir a aspereza de suas mãos e o perfume suave de seu corpo que passei a adorar. Nem sei dizer se o filme era bom...

Saímos dali com rumo incerto. Beijos e amassos no carro. Um leve calor foi tomando conta, envolvendo-nos numa fúria até então desconhecida.

- Vamos pra minha casa?
Um segundo de reflexão...
- E tem como recusar?

No elevador, subimos abraçados, como se estivéssemos bêbados... e estávamos mesmo, de nós mesmos.

Foi fechar a porta e sentir suas mãos, sua pele, seu cheiro, seu gosto. Nunca pensei em haver mãos tão hábeis em tirar, puxar, abrir botões, zíper... contemplamo-nos por um instante. Foi terno o gesto de acariciar meu cabelo, beijar-me a testa, as mãos, o pescoço...

Deitamos em êxtase, numa entrega desmedida, num interessante jogo de desejo, numa intrincada exploração onde cada milímetro era experimentado. Nada era feio ou errado, já que ambos estávamos de comum acordo. Um misto de dor e prazer, silêncio e sussuros, gritos e gemidos... do acariciar os cabelos passamos aos puxões, numa tentativa de mais e mais até cair exaustos abraçados e contorcidos, experimentando o prazer de pertencer verdadeiramente a alguém.

Já não éramos mais os mesmos. Algo mudara... algo dizia que seria muito melhor, não se saber mais sozinho, poder contar com alguém, dizer “eu te amo”, senti sua falta, contei cada segundo para estar aqui. Tudo passava a ser lindo e o desejo de fazer o bem passava a ser algo constante, uma tentativa de dividir a alegria que a vida proporcionava e que sempre estivera tão próximo e ao mesmo tempo tão distante, mas que de tão sonhado, transformava-se agora em realidade. Quase deixamos passar?

-“Eu estava aqui o tempo todo só você não viu”...

Só esse verso serve para o momento... cantou e confidenciou baixinho em meu ouvido... a voz grave que me fazia estremecer...

Eu também respondi cantando:

-“Foi assim como ver o mar / a primeira vez que meus olhos se viram no seu olhar / Não tive a intenção de me apaixonar / mera distração e já era momento de se gostar”

Nos abraçamos, beijos e mais beijos, repetindo em uníssono:

-"Eu te amo... eu te amo... eu te amo..."


*****************************************************

Obs.: Continuo na fase dos delírios românticos, hehehe. Sonhar não custa nada, ninguém paga imposto... ainda... ;-)

domingo, 2 de março de 2008

Delírio romântico nº 2

Foi uma alegria extrema ao vê-lo depois de tanto tempo. Eu escondera tanto o sentimento que julguei por um segundo não sentir mais nada. Mas bastou vê-lo ali, sorrindo para que eu me desarmasse e ficasse em transe ao contemplá-lo tão lindo, tão bem.
Era uma estadia curta, apenas dois dias. Só para me causar taquicardia e falta de ar.

- Mas eu não poderia deixar de ter ver, senti tanto a sua falta... – disse-me com o olhar de cachorro sem dono, tão característico. Um sedutor incorrigível, pensei sorrindo, ele sabia como me agradar.

Acho que ninguém se pode dizer imune ao coração, que parece realmente ter vida própria. Saí dali aos tropeços, ansioso pelo jantar combinado às 21 horas daquele mesmo dia. Eu não queria e não deveria ter esperança. Tinha ouvido de sua própria boca o amor que devotava a outra pessoa, mas era o que eu havia pensado: o coração parecia ser uma outra pessoa...

Cheguei às 21 pontualmente. Você, como sempre, já estava a meia hora em antecedência, esperando, bebendo vinho e fumando, rememorando cada momento relevante do período em que estivemos distantes só para me contar. Você não deixava passar nada, havia riqueza de detalhes em sua narrativa, nada passava desapercebido.
E eu ria, entre casos e histórias, vinho e anedotas... você dizia que adorava conversar comigo pois eu era um ouvinte interativo, daqueles que fazem um filme na cabeça, participam da história e ainda mudam o final.

- Não sei porque a gente não deu certo – disse-me em tom de brincadeira.
- Você não quis me deixar morar em seu coração – disse desejando mudar toda aquela realidade, sem esperança de concretizá-lo, é claro.

Nós pagamos a conta, fomos para o seu hotel, conversamos a noite toda, num desejo imenso de entrega que nenhum de nós ousava pôr em prática. Não sabíamos o que podia ser desencadeado, ambos tínhamos contas a prestar.
Amanheceu, você terminou a mala, eu te deixei no aeroporto e você voltou para a sua vida, sua casa e sua família, deixando em mim um gosto de quero mais, de que tudo fosse real, porque em sonhos, já nos pertencemos há muito tempo...

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Variedades :-)

Um filme: Piaf – um hino ao amor – vale a pena assistir a Marion Cotillard no papel da cantora francesa Edith Piaf: da infância difícil à consagração nos palcos franceses e depois no mundo. Interessante observar tamanha entrega, um Oscar de melhor atriz mais que merecido.

Um livro: Paula – de Isabel Allende – A escritora chilena acompanhou sua filha no hospital no período em que ela esteve em coma. Em quartos de hospitais e mais tarde, no leito em casa, Isabel resolveu escrever a história de sua família para que Paula recordasse tudo, havia a dúvida se acordaria com memória ou não.
(...) Escute, Paula, vou contar uma história para que você não se sinta tão perdida quando acordar.
(...) Por onde anda você, Paula? Como você vai ser quando despertar? Será a mesma mulher ou devemos aprender a nos conhecer como duas estranhas? Terá memória ou precisarei contar a você, pacientemente, os 28 anos de sua vida e os 49 da minha?
Ainda estou na metade das 431 páginas, mas já posso recomendar. Triste, ainda que poético... uma grande contadora de histórias...

Um dvd: As pontes de Madison – Com Meryl Streep e Clint Eastwood – Francesca é uma dona de casa que se vê sozinha por 4 dias, quando sua família vai a uma feira em outra cidade. Um fotógrafo da National Geographic cruza seu caminho e tomados pelo inesperado, acabam vivendo uma história de amor. É preciso fazer uma escolha?
“This kind of certainty comes only once in a lifetime”.

Uma música: Born to try – da Delta Goodrem – eu estava no fatídico casamento ano passado (já passou, já passou, é sério...) quando ouvi essa música. Eu já a conhecia mas ganhou um significado especial para mim. Em português: “Eu nasci para tentar / Eu aprendi a amar / (...) mas você tem que fazer escolhas / sendo certas ou erradas / às vezes você tem que sacrificar as coisas que você gosta / mas eu nasci para tentar”.

Um poeminha: “Neste coração
que é só esperança
Não há uma certeza”
19/02/2008 – 21h35.

Um trecho de MSN (uma cantada bem interessante e sei que de nenhuma forma, algo grosseiro):
X - Beijo... ainda é muito cedo para mandar beijo?
Y – Beijo no rosto!
X – Com uma boca dessas não tem como ser no rosto...

E por fim...

Uma reflexão: “Quando se desapegar mentalmente de si mesmo e se concentrar em ajudar a superar dificuldades alheias, será capaz de enfrentar as suas com maior eficiência. O ato da doação abnegada libera energia pessoal”.

É uma tentativa, algo em que acreditar, algo que me faz bem, ainda que esse tipo de pensamento seja visto com estranheza muitas vezes. “Inocência de sua parte acreditar nas pessoas” – disse-me a professora de História. Argumentei sem vontade de convencer ninguém, cada um sabe no que é melhor acreditar, eu não sou e nunca fui o dono da verdade.

P.S: “Um dia, me encontrei numa encruzilhada. São tantos os caminhos a buscar. Um leve medo a impedir a tentativa. Uma vã esperança de que tudo dará certo. Uma fé imensa, ainda que fragilizada. Uma vida inteira por descobrir, um desejo enorme de conseguir, um coração cansado de esperar. A impressão é que se eu dividir a minha dor, ela vai passar mais rápido. O acordo com Deus continua de pé”.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Para o João Hélio (na paz de Deus) :)

Qual foi a última vez que chorei na frente de alguém? Talvez tenha sido quando eu tinha 12 anos, em 1991 e meu pai disse que não iria fazer mais festa de aniversário. O meu irmão gêmeo nem ligou, até hoje ele não gosta muito, mas eu já tinha até convidado 3 pessoas. Que droga! Após conversar com a minha mãe, ela disse que eu podia dizer que ela estava doente... a última ligação foi para a minha prima. Primeiro, ela não acreditou e depois da minha insistência ela disse que iria lá em casa de qualquer jeito, só para me dar um abraço. Assim que desliguei, desabei a chorar, tanto que até soluçava, como se fosse realmente o pior dia da minha vida. Minha mãe disse para eu parar, porque ela tinha pressão alta e ia acabar ficando nervosa. Parei, mas foi um tremendo mal estar para mim. Nem chorar eu podia...

2007 – Eu acabei aprendendo a não demonstrar muito o que sentia... se eu dissesse que estava triste ou com depressão, eu teria que contextualizar e como iria simplesmente dizer que muito da minha tristeza se dava ao fato da minha indefinição sexual?

E aí, eu fui pego de surpresa num capítulo da novela Páginas da vida. Ao fim de cada capítulo, havia depoimentos reais, histórias de vida, conflituosas, emocionantes, trágicas... Nessa semana de fevereiro, um fato havia chocado o Brasil. Uma família fora assaltada: mãe e dois filhos. Ao serem rendidos, foram obrigados a deixar o carro. A mãe e a filha conseguiram sair, mas o garoto ficou preso no cinto de segurança e fora arrastado por metros, preso do lado de fora do veículo. Eu ficara chocado... Como podia haver gente desse tipo? O que leva um ser humano a ser tão inconseqüente, a ser tão hostil? Várias razões de cunho financeiro e social foram levantadas nos debates da mídia, mas nenhuma delas conseguia aplacar a minha indignação e mesmo a minha dor... sempre me comovia com essas tragédias, sempre.

A Globo filmou, então, o depoimento da mãe e do pai. Nessa noite, estávamos todos na sala: eu, minha mãe, pai e irmão. Fim da novela – depoimento nº 1: a mãe relatava o fato, estava emocionada, mas não chorava, parecia forte, apesar de saber que no fundo, ela estava muitíssimo abalada emocionalmente. Depoimento nº 2: o pai começara a falar com lágrimas nos olhos e a sua tristeza não era contida como a da mãe, mas estava totalmente à mostra. Eu não consegui me conter... comecei a chorar descontroladamente na sala... havia muito tempo que ninguém me via chorar... e eu acho que no fundo, eu chorava por muito mais coisa do que a tragédia com o garoto... eu chorava também pela minha vida, pela falta de coragem, por estar só... o meu irmão foi o único que esboçou reação, foi à cozinha, me trouxe um copo d’água e passou a mão na minha cabeça, numa espécie de consolo. Acho que aqui em casa, ele seria o único que realmente me entenderia se eu contasse. O meu pai levantou e foi para o quarto e a minha mãe não disse nada, continuou na sala fazendo crochê, não perguntou nem se eu estava bem, o que sentia e se haveria qualquer outra coisa que me deixava triste. Há muito tempo eu sabia que só podia contar comigo mesmo...
A morte de João Hélio foi há um ano. Uma missa foi celebrada para relembrar a tragédia e cobrar justiça. Os pais não compareceram e uma justificativa foi dada: eles ainda estavam muito abalados com tudo e não tinham forças para enfrentar toda a lembrança daquela situação mais uma vez.

Eu rezei por João Hélio... Deus é uma presença muito forte na minha vida e apesar da incerteza que cerca a sua existência, (seria mesmo Deus uma criação cultural?) a sua idéia me consola, me dá forças, me faz sentir menos sozinho ou desolado... com Ele eu posso contar... e se houver mesmo algo além da vida, João Hélio certamente está em paz, brincando num jardim com outras crianças, deve ter sido consolado por todos aqueles que o conheceram aqui, que partiram antes dele e que também o amaram nessa existência...

Uma idéia para 2008? Encontrar algum tipo de serviço comunitário... algo que eu saiba que posso ajudar, doar um pouco do meu tempo para fazer alguém se sentir melhor. As palavras de Roque Schneider explicam bem: “A felicidade é a única coisa que podemos ofertar sem a possuir. É o ‘milagre das mãos vazias’ de que fala o poeta Paul Claudel. Distribuir sorrisos quando o próprio amor nos foi negado. Matar a sede dos outros com nosso próprio deserto. Conceder apoio e segurança quando sofremos a mais amarga solidão. Ser chama que ilumina quando o fogo do nosso entusiasmo morreu”. Dessa vez, sou eu que preciso de sorrisos... ou abraços...