domingo, 9 de março de 2008

De amizade a amor :)

Amigos de longa data, quase irmãos, de fé, dificuldades, de sorrisos, de cumplicidade... só quando houve uma conversa franca e tivemos certeza do que antes era apenas um desejo reprimido de que fosse verdade, é que conseguimos deixar acontecer algo. De quase irmãos, passamos a namorados e conseqüentemente a amantes, companheiros de caminhada.

Depois de tantos anos de amizade, houve o nosso primeiro encontro. Foi de certa forma engraçado, já tínhamos tanta intimidade, mas era diferente sair com ele naquela situação. Um programa bem típico: cinema, pipoca, refrigerante, um fim de tarde... sentamos na última fileira e quando a luz se apagou pudemos ser nós mesmos. Um leve estremecimento ao senti-lo tocar meu braço, depois enlaçar meu pescoço e por fim, encontrar meus lábios, num beijo que me fez delirar por completo. Pela primeira vez eu pude tocar-lhe o rosto, sentir a aspereza de suas mãos e o perfume suave de seu corpo que passei a adorar. Nem sei dizer se o filme era bom...

Saímos dali com rumo incerto. Beijos e amassos no carro. Um leve calor foi tomando conta, envolvendo-nos numa fúria até então desconhecida.

- Vamos pra minha casa?
Um segundo de reflexão...
- E tem como recusar?

No elevador, subimos abraçados, como se estivéssemos bêbados... e estávamos mesmo, de nós mesmos.

Foi fechar a porta e sentir suas mãos, sua pele, seu cheiro, seu gosto. Nunca pensei em haver mãos tão hábeis em tirar, puxar, abrir botões, zíper... contemplamo-nos por um instante. Foi terno o gesto de acariciar meu cabelo, beijar-me a testa, as mãos, o pescoço...

Deitamos em êxtase, numa entrega desmedida, num interessante jogo de desejo, numa intrincada exploração onde cada milímetro era experimentado. Nada era feio ou errado, já que ambos estávamos de comum acordo. Um misto de dor e prazer, silêncio e sussuros, gritos e gemidos... do acariciar os cabelos passamos aos puxões, numa tentativa de mais e mais até cair exaustos abraçados e contorcidos, experimentando o prazer de pertencer verdadeiramente a alguém.

Já não éramos mais os mesmos. Algo mudara... algo dizia que seria muito melhor, não se saber mais sozinho, poder contar com alguém, dizer “eu te amo”, senti sua falta, contei cada segundo para estar aqui. Tudo passava a ser lindo e o desejo de fazer o bem passava a ser algo constante, uma tentativa de dividir a alegria que a vida proporcionava e que sempre estivera tão próximo e ao mesmo tempo tão distante, mas que de tão sonhado, transformava-se agora em realidade. Quase deixamos passar?

-“Eu estava aqui o tempo todo só você não viu”...

Só esse verso serve para o momento... cantou e confidenciou baixinho em meu ouvido... a voz grave que me fazia estremecer...

Eu também respondi cantando:

-“Foi assim como ver o mar / a primeira vez que meus olhos se viram no seu olhar / Não tive a intenção de me apaixonar / mera distração e já era momento de se gostar”

Nos abraçamos, beijos e mais beijos, repetindo em uníssono:

-"Eu te amo... eu te amo... eu te amo..."


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Obs.: Continuo na fase dos delírios românticos, hehehe. Sonhar não custa nada, ninguém paga imposto... ainda... ;-)

2 comentários:

Anônimo disse...

Gostei do que li aqui. Resolvi criar um blog, me ajuda por favor, não sei fazer bem direito rsrs. Beijos

O Well Bernard disse...

Oi Rod... essa historia é real?
Muito bem escrita ou relatada.
Abraços