domingo, 4 de janeiro de 2009

Novelinha da vida real

“O moço que veio de longe”

Eles se conheciam há tanto tempo, mas não se falavam há anos. Se reencontraram via Internet. Noites e mais noites online, mensagens e mais mensagens fazendo a alegria da Claro. Até que decidiram que seria janeiro. O mês de dezembro tinha sido o mais difícil. Era uma provação, mas uma provação por amor. Éramos cúmplices naquela empreitada. Três amigos no aeroporto à espera de alguém que não conhecíamos pessoalmente. A tensão dela era tão grande que acabei ficando com dor de cabeça. Incrível... Uma amiga comentou depois: “Ela passou toda a tensão dela pra gente”. Estávamos no portão de desembarque errado.
Deixamos nossa amiga sozinha para recebê-lo, afinal era um momento só deles. E ele se aproximou em passos firmes, obstinado. Nós o reconhecemos ao longe. Ele olhava fixamente para um único ponto, numa única direção, algo que o fizera viajar por quase dois dias... eles se abraçaram, se beijaram e parecia um reencontro, na verdade. Se acreditasse em outras vidas, certamente, eles já tinham estado juntos de alguma forma... Será que daria certo? Será que ficariam juntos? Não sei, tudo o que posso dizer é que tentaram. Estão tentando. Pra que especular sobre o futuro e esquecer de viver o presente? E o momento foi mágico... parecia novela...
Esse fato, na verdade, me rendeu um textão... só um “golinho” aqui.

“Desculpas no aeroporto”

Ela tinha agido de supetão. Na nossa confraternização, algo que a gente aguardava com ansiedade e que foi muito legal, rolou alguns mal entendidos. Parecíamos irmãos... no fim das contas, fui o escolhido para ser o alvo. A raiva dela veio toda em cima de mim... Ela falou algo que me desagradou muito... eu respirei bem fundo. “Não vou reagir”, pensei. Se eu falar algo agora, nossa amizade vai para o brejo... Disse que seria melhor ela se acalmar. Ao nos despedirmos, ela me abraçou e eu disse: “Depois a gente conversa”. E eu deixei a minha cabeça esfriar. Por duas semanas. Pensei bastante. Ela me ligou, eu não atendi. Ela me chamou para ir ao cinema, ao barzinho. Eu não fui. Nós só conversamos via e-mail e mensagem de celular. Eu escrevi: “Eu preciso ficar na minha”. E o pedido de desculpas foi no aeroporto, quando esperávamos o “moço que veio de longe”.
Ela falou, falou, disse que tinha se sentido tão mal com tudo aquilo. Comentei que tinha tido um sangue frio danado porque não tinha revidado na hora. Eu poderia ter posto tudo a perder. E a gente já tinha passado tanta coisa junto... ela confessou que o meu silêncio tinha sido talvez o maior problema. Para mim, tinha sido o silêncio que tinha me feito encontrar várias respostas que precisava. Ela se sentiu culpada, magoada, sentida. Disse estar errada e o que tinha dito não era o que pensava de verdade, que tinha sido o calor do momento. E o meu não-revidar também, tinha a feito pensar. Muito até... “Se eu tivesse te visto na semana passada, por exemplo, eu ia começar a chorar, e eu não queria chorar na frente de ninguém” - disse. Meus olhos encheram d’água, minha garganta apertou, mas eu não chorei. Só enxuguei os olhos rapidamente e voltei a encará-la.
O problema não era começar a chorar na frente dela, era não conseguir parar depois. E o abraço que ela me deu, foi a melhor maneira de pedir desculpas. Eu estava para desabar, eu não era a fortaleza que todos pensavam... eu jamais conseguiria ficar com raiva dela, jamais. Eu não queria dizer adeus e o perdão, de ambas as partes, foi necessário. Uma ação a ser desenvolvida e praticada para sempre. Às vezes é tão difícil, mas não deveria. Engolir o orgulho e pedir desculpas não é sinal de fraqueza, mas aí sim, um sinal de fortaleza...

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É isso... tem horas que a vida real parece novela... viva a palavra escrita!!! Hehehe.

=) =) =) Feliz 2009 a todos!!! =) =) =)

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